O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, agradeceu hoje o apoio financeiro recebido do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), sublinhando que tem contribuído para a redução da pobreza no arquipélago.
“O BAD em Cabo Verde tem superado todas as adversidades colocadas pelos choques exógenos e sempre tem apoiado o país na sua agenda de progresso social e económico. Num período recente, alguns dos impactos das intervenções do BAD em Cabo Verde ajudaram a transformar os meios de subsistência das famílias e contribuir na redução da pobreza”, destacou o chefe do Governo, após receber esta manhã, na Praia, o presidente da instituição financeira africana, Akinwumi Adesina.
O presidente do BAD está em Cabo Verde para a inauguração, hoje, das obras de requalificação e expansão do porto da ilha do Maio, num projeto que envolve também o porto da Palmeira, ilha do Sal, aprovado em 2018 com um custo total de 36,14 milhões de euros, financiado pelo banco africano em 17,87 milhões de euros. Os restantes 50% foram financiados pelo Estado cabo-verdiano, através da empresa que gere os portos do país (Enapor) em 20%, e pela União Europeia (30%).
Para o Governo, a requalificação e expansão do porto do Maio é uma “obra estruturante” e uma das grandes prioridades para a ilha, visando o crescimento e desenvolvimento económico do país, com base na aposta nas potencialidades económicas da ilha e no reforço das infraestruturas do sistema nacional de transporte marítimo.
O objetivo é o de “contribuir para a melhoria das condições de vida das populações”, segundo as autoridades, que consideram que estão reunidas as condições para a realização dos investimentos de maior dimensão no setor turístico.
“A ilha de Santiago, face à proximidade, poderá complementar facilmente a sua oferta turística atual através de desenvolvimento de novos produtos, tirando benefício das potencialidades complementares das duas ilhas, assim como explorar através da ação concertada entre os operadores o potencial representado pelo fluxo de turistas em trânsito que se deverá verificar”, refere uma nota do Governo sobre a inauguração.
Com as obras, o porto vai ter 350 metros de cumprimento, uma profundidade variável até 15 metros, duas rampas para navios 'roll-on/roll-off', quebra-mar de 150 metros, duplicação do terrapleno e instalação de uma rampa metálica ajustável às necessidades dos navios de pequeno porte e construção de uma nova estrada de acesso com 800 metros de comprimento.
Durante o fim de semana, foi realizada uma viagem experimental e testes à rampa, com o navio "Liberdadi", da CV Interilhas, que segundo as autoridades cabo-verdianas decorreu normalmente, num momento considerado “histórico” para a ilha.
Ainda segundo o Governo, a ilha do Maio passará a beneficiar de um “acesso mais fiável” ao mercado da ilha de Santiago, o que permitirá um escoamento mais facilitado, com menores custos, de cada vez maiores volumes de produção agrícola e pecuária.
O projeto permitirá ainda “assegurar uma cadeia de abastecimento mais resiliente, ancorada na cidade da Praia, minimizando os riscos de rotura”, completou.
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