Paralimpico. Marilson, número 2 em África, denuncia falta de apoio do Governo para o campeonato do mundo em Julho
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Paralimpico. Marilson, número 2 em África, denuncia falta de apoio do Governo para o campeonato do mundo em Julho

O atleta paralímpico internacional cabo-verdiano Marilson Semedo, número dois do “ranking” africano em lançamento de dardo e disco, detentor de vários títulos africanos, reclama da falta de condições de treino para atletas paralímpicos, sobretudo de alta competição, quando está a cinco meses do campeonato do mundo e a seis do campeonato africano sem qualquer acção das autoridades desportivas do país.

Num post publicado na sua página no facebook, sob o título “Desabafo e Frustração”, Semedo revelou que os paralímpicos estão a preparar-se para alta competição sem nenhuma condição de treino. Marilson, que esteve nos Jogos Paralímpicos de Tóquio’2020, prova na qual terminou, no lançamento de dardo, entre os 10 melhores lançadores, alerta que os paralímpicos se sentem “ignorados e discriminados pelas autoridades desportivas nacionais”.

Detentor do título nacional nas disciplinas do arremesso e de levantamento de peso, o atleta de São Domingos conta que em 2022 participou no “Grand Prix Series da Tunísia”, onde conseguiu melhorar as suas marcas e obter, pela segunda vez, os mínimos qualificativos para os Jogos Paralímpicos Paris’2024, na França. Essa mesma marca serviu para a sua qualificaçâo para o Campeonato do Mundo agora em Julho, também na França, e para o campeonato africano, em Agosto.

“Estamos a cinco meses do Campeonato do Mundo, a seis meses do Campeonato Africano e a um ano e seis meses dos Jogos Paralímpicos de Paris’2024, e até este momento não houve uma posição das autoridades que tutelam o desporto nacional", concretamente o Ministério do Desporto e o Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).

“Estamos a treinar em condições precárias, aquém do nível das competições que estamos apurados, falta de competição para ganhar ritmo competitivo, falta de apoios e falta de interesse pelo trabalho que nós atletas paralímpicos temos vindo a fazer em nome de Cabo Verde”, acrescenta o campeão nacional, lembrando que os “paralímpicos têm dado ao país tanta alegria e prestígio, mas que de nada serve”, uma vez que são “ignorados e discriminados por aqueles que deviam estar orgulhosos do nosso trabalho”.

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