Durante o estado de emergência, cujo primeiro período entrou em vigor em todo o território nacional em 29 de março e o último terminou em 29 de maio, apenas na ilha de Santiago, devido à concentração de casos da doença na cidade da Praia, a população estava obrigada ao recolhimento domiciliário.
Neste período, foram detidas 596 pessoas, das quais 517 na cidade da Praia, e apreendidas 191 viaturas, das quais 152 na capital.
Em concreto, o estado de emergência que esteve em vigor até 29 de maio (último período apenas na ilha de Santiago) determinava que deslocações para fora do concelho de residência só podiam ser feitas em casos de força maior ou por motivos de saúde, estando condicionadas a autorização do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros e “sujeitas ao controlo e fiscalização das forças de segurança”.
Obrigava ainda ao confinamento obrigatório, em estabelecimento de saúde ou no domicílio, para todos os infetados com covid-19 ou restantes cidadãos por determinação das autoridades de saúde e de proteção civil.
Também estavam sujeitos ao dever especial de proteção todos os cidadãos maiores de 65 anos, bem como os portadores de doenças crónicas, respiratórias, hipertensos e imunodeprimidos, que só podiam circular na via pública para aquisição de bens essenciais e serviços básicos.
A restante população estava obrigada ao dever geral de recolhimento domiciliário, prevendo exceções para aquisição de bens essenciais, desempenho de atividades profissionais autorizadas ou por motivos de saúde, entre outras.
A violação destas regras, além de processo-crime, envolvia, também, a aplicação de contraordenações, cujo “produto” revertia integralmente a favor do Estado.
Cabo Verde regista um acumulado de 782 casos de covid-19 desde 19 de março. Destes, sete acabaram por morrer, mas 385 foram considerados recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos e infetou mais de 8,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Com Lusa
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