O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, reconheceu hoje que a falta de médicos especializados e de clínica geral é um desafio para o Hospital Universitário Agostinho Neto.
As constatações foram feitas por Jorge Figueiredo, durante a sua primeira visita à maior infra-estrutura hospitalar do país, para se inteirar do funcionamento e dos desafios aí existentes e sublinhou que a solução desses problemas dependerá dos recursos financeiros disponíveis e das prioridades definidas pelo sector.
“É notório, não é de agora, que os recursos humanos especializados e mesmo os não especializados, os médicos de clínica geral, são uma necessidade importante para o Sistema Nacional de Saúde (SNS), essa questão já foi equacionada devidamente pelo próprio sistema e vai depender dos recursos financeiros que conseguirmos alcançar”, disse Figueiredo.
O governante considerou que a solução para a falta de recursos humanos na Saúde dependerá dos meios financeiros disponíveis, tendo ressaltando que a resposta será ajustada às possibilidades e prioridades do sector.
Jorge Figueiredo destacou a importância de melhorar a comunicação para combater a desinformação sobre os serviços de Saúde, reconhecendo que, apesar dos avanços, ainda existem desafios a enfrentar.
Segundo o governante, a população nem sempre tem consciência das melhorias registadas no SNS e no próprio Hospital Universitário Agostinho Neto que, ao longo dos anos, tem vindo a especializar-se e a oferecer melhores cuidados, mas admitiu que persistem problemas que devem ser encarados com seriedade.
Neste sentido, adiantou que será implementada uma política de comunicação que visa fornecer informação clara e acessível à população, promovendo a transparência e fortalecendo o compromisso dos cidadãos com o serviço de Saúde para garantir que os avanços alcançados sejam devidamente reconhecidos e que o hospital continue a prestar um serviço de qualidade, alinhado com as necessidades da população.
O ministro da Saúde revelou que cerca de 45 por cento (%) a 50% das observações realizadas no Banco de Urgências não correspondem a casos urgentes, o que sobrecarrega o hospital e compromete a eficiência no atendimento dos pacientes mais graves.
Para responder a este desafio, assegurou que já foi montada uma rede de centros de Saúde capaz de absorver esses casos menos urgentes, através de um sistema de referência e contra referência de modo a permitir que o Hospital Central se dedique aos pacientes com condições mais complexas, optimizando os recursos humanos e materiais disponíveis.
Sublinhou a necessidade de informatizar o sistema de Saúde para garantir que qualquer médico tenha acesso ao histórico clínico dos pacientes, permitindo um atendimento mais eficiente e uma gestão mais eficaz dos recursos disponíveis.
“Duas grandes deficiências têm a ver com a recolha dos dados e a sua análise para apoiar as decisões de política, que são a vigilância epidemiológica que abrange todas as unidades sanitárias do país, os serviços desconcentrados do ministério, as delegacias de Saúde, os centros de Saúde, os hospitais, e isso só é possível com a informatização do sistema”, apontou.
Segundo o ministro, o país já avançou significativamente nesse processo e está empenhado em concluir a informatização ainda este ano.
Considerou que o Hospital Universitário Agostinho Neto tem-se destacado como a infra-estrutura mais complexa do país na prestação de cuidados especializados, sendo que atende quase 70% da população cabo-verdiana.
No seu entender, nos últimos anos, o hospital tem passado por um processo de modernização e diversificação de especialidades, permitindo uma resposta mais eficaz às crescentes demandas.
Destacou que um dos avanços recentes foi a implementação do serviço de hemodiálise, em funcionamento, e a preparação para a realização de transplantes renais vai representar uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes e uma redução das evacuações médicas para o exterior.
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