A democracia, o crescimento económico e a justiça social são “importantes” desafios da batalha pelo desenvolvimento do continente africano que continua na ordem do dia, considerou o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
Na sua mensagem para assinalar o Dia de África, que se comemora hoje, 25 de Maio, instituído desde 1972 pela Organização da Nações Unidas para sinalizar a criação da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963, e a luta de libertação do continente, Jorge Carlos Fonseca indica que muitos problemas que afectam o continente nas áreas da saúde, educação, nutrição e do próprio funcionamento do aparelho do Estado, tornam “muito complexas” as condições de vida de grande parte das populações.
Perante as inúmeras dificuldades existentes, as consequências de problemas de ordem planetária, como as mudanças climáticas e as distorções decorrentes das assimetrias regionais, repercutem-se de forma “muito intensa” no continente, afirmou o Presidente da República na sua missiva.
Esta realidade tem dificultado, segundo a fonte, o acesso de milhões de pessoas a bens e serviços essenciais e contribuído para a instabilidade em algumas regiões do continente e para a criação de condições que favorecem o recrutamento de jovens para intervenções radicais.
Por outro lado, referiu que “a realidade africana apresenta uma outra faceta que tende a impor-se, que é a do desenvolvimento”, acrescentando que “hoje o continente é percebido como uma das áreas do globo com maior potencial de crescimento e visto como uma espécie de território emergente”.
“O grande aumento demográfico, aliado à intensa urbanização da população, não obstante as dificuldades imediatas que acarreta, é um dos importantes factores de desenvolvimento do continente”, acrescentou Jorge Carlos Fonseca.
A previsão, sublinhou, é de que em 2030 cerca de 500 milhões de africanos pertencerão à classe média e que 680 milhões, cerca de 60 por cento (%) da população, terão menos de 25 anos.
Este cenário, prespectivou o chefe de Estado, vai tornar mais acentuadas as pressões sobre o acesso a bens e serviços, mas, defendeu que “uma mentalidade mais inovadora e empreendedora estará bastante presente”.
Na sua mensagem, o Presidente da República destaca que a realidade actual e as perspectivas que se adivinham têm proporcionado o aumento do investimento estrangeiro, sublinhando que essa conjugação de factores contribui para que quatro das cinco economias que mais crescerão em 2018 sejam africanas, Gana com 8,3%, Etiópia 8,2%, Côte d´Ivoire 7,2% e Djibuti 7%.
Para o PR, é “importante” não perder de vista que esse crescimento não é homogéneo, pois perspectiva-se que, em termos globais, ele seja de 3,6% em 2018 e de 3,9% em 2019, adiantando que os desafios que se colocam à África, nas diferentes esferas, são de grande complexidade, mas as perspectivas são auspiciosas.
“Esta realidade implica uma responsabilização cada vez maior dos agentes políticos, especialmente os líderes africanos, que têm a obrigação de tudo fazer para que as expectativas se concretizem e os seus frutos sejam equitativamente aproveitados por todos”, disse Jorge Carlos Fonseca.
Neste sentido, no entender da mesma fonte, a democratização e o seu aprofundamento nas sociedades, a par da intensificação dos processos de integração regional, surgem como “essenciais” para o devir colectivo.
O Presidente da República afirmou que Cabo Verde tem de prosseguir na senda do aperfeiçoamento do sistema democrático, do estreitamento das relações com os países do continente e do aprimoramento dos mecanismos de integração dos “irmãos africanos” que procuram Cabo Verde para viver e trabalhar.
“Todos os estudos e dados mostram que a grande maioria dos cabo-verdianos, querendo embora e, de forma legítima e natural, uma progressiva qualificação da democracia, não quer viver noutro regime que não o das liberdades e da democracia”, referiu Jorge Carlos Fonseca.
Neste dia de “festa e de reflexão”, o estadista cabo-verdiano aproveitou ainda para saudar, de forma particular, as mulheres e homens oriundos do continente que, no dia-a-dia, contribuem de forma criativa para a edificação, em Cabo Verde, de uma sociedade cada vez mais plural, democrática e inclusiva.
Com Inforpress
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