A Organização Salense de Proteção de Animais denunciou hoje, em entrevista à Lusa, vários casos de envenenamento de cães, alertando para os riscos que se colocam à população em geral.
"Temos conhecimento de 10 cães" envenenados nos últimos dois meses e "todos morreram", disse à Lusa, Birthe Leysen, responsável pela Organização Salense Protecção Animais (OSPA), salientando que estes foram os primeiros casos que conheceu desde 2020, ano em que ficou à frente daquela entidade.
Alguns dos animais envenenados eram vadios, outros tinham dono, e "o veneno também pode ser muito perigoso para humanos", alertou.
"Há muitas crianças que brincam nas ruas, que mexem em tudo que está no chão e em redor e temos pessoas que procuram comida dentro dos contentores de lixo: imagine se este veneno chega a uma dessas pessoas", questionou a dirigente.
A proliferação de cães vadios é um problema enfrentado por várias ilhas de Cabo Verde e, no Sal, o envenenamento chegou a ser uma forma de controlo promovida pelo município, referiu Leysen.
"Desde 2011, eles fizerem um acordo de não usar [veneno]", enquanto a organização fazia campanhas de castração, afirmou.
Há outras formas "de resolver a superpopulação, de forma ética e humana. É algo que está a ser trabalhado há anos e uma parte importante é a educação da população, para não largar os cães na rua, não abandoná-los quando estiverem doentes ou velhos", sublinhou aquela responsável.
A OSPA apresentou queixas às autoridades sobre os casos de envenamento e exortou-as a fazerem o necessário para apurar responsabilidades.
A Lusa contactou a Câmara Municipal do Sal, mas não obteve informação adicional sobre o assunto.
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