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​​​​​​​Associação “A Ponte” quer alargamento dos cuidados de saúde mental nos sistemas primários da saúde
Sociedade

​​​​​​​Associação “A Ponte” quer alargamento dos cuidados de saúde mental nos sistemas primários da saúde

O presidente da Associação “A Ponte”, José António dos Reis, alegou hoje que as questões de saúde mental não deveriam ser da estrita responsabilidade dos psicólogos e psiquiátricas, mas sim passando a ser integradas nos cuidados primários.

Em entrevista à Inforpress a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, assinalada anualmente no dia 10 de Outubro, o presidente da associação defendeu ser “fundamental” alargar a rede de cuidados e atendimentos em termos de saúde mental em igual circunstância das outras patologias.

“Há essa ideia e intenção, é necessário avançar nessa direcção e tornar mais acessível com a qualidade necessária do atendimento nos cuidados primários de saúde”, reiterou, avançando que o Governo estipulou 2024 como Ano da Saúde Mental em jeito de chamada de atenção e para viabilizar esforços para o flagelo.

Este ano, adiantou, as acções da associação estarão direccionadas às actividades com os reclusos, pessoas privadas e limitadas da liberdade do movimento, liberdade social, mudança de hábitos e estilos de vida.

Mudanças, sublinhou, que afectam a saúde mental, frisando que a iniciativa faz uma chamada de atenção para a comunidade esquecida e que não perdeu os seus direitos fundamentais.

As conversas interactivas e informativas sobre a saúde mental iniciam-se no dia 10, quinta-feira no Centro Educativo Orlando Pantera, dia 11 na Cadeia de São Martinho, e nos restantes dias nas ilhas de São Vicente, Santo Antão e Sal.

Segundo este responsável, a saúde mental como parte inseparável da saúde constitui um direito fundamental, salientando que o Governo ao adoptar o ano de 2024 como “O Ano da Saúde Mental” pretendia sobretudo alertar para a importância da temática.

Além de todos os anos serem desenvolvidas actividades que assinalam a efeméride, este ano, com “sabor especial”, disse, a declaração lança novos olhares com vista a projectar a saúde mental como prioridades em termos de política nacional.

Instado se a sociedade cabo-verdiana pode chegar numa situação que será difícil evitar os impactos graves da saúde mental, José dos Reis respondeu que ao viver numa sociedade de informação, as pessoas são bombardeadas de informações negativas e positivas.

Daí ser “essencial” privilegiar as informações “sérias e credíveis” para ajudar na literacia da saúde mental, e estar atento às informações difundidas nas redes sociais por indivíduos que aproveitam da rede para “desinformar, alarmar e fomentar o medo”, aconselhou.

Uma sociedade informada, acentuou, realiza da melhor forma o exercício “cidadã” da saúde mental, realçando que o primeiro actor “importante” na sua prevenção e promoção é o próprio cidadão, responsável por gerir suas emoções como estresse e ansiedade.

José dos Reis alertou, por outro lado, para que os instrumentos tradicionais da comunicação não deixem “campo aberto” e sejam ultrapassados pela realidade das redes sociais, salientando que esses instrumentos devem cumprir cada vez mais o seu papel e impedir a invasão das redes sociais.

Em Cabo Verde, o aumento exponencial de transtornos mentais é a maior causa de suicídio, segundo a Coordenação do Programa 2024 da Saúde Mental.

O Dia Mundial da Saúde Mental foi instituído em 10 de Outubro de 1992 pela World Federation Of Mental Health com o objectivo de sensibilizar a comunidade global sobre agendas críticas de saúde mental através da colaboração com vários parceiros.

Ao longo dos anos, este dia ganhou impulso, tornando-se uma plataforma para governos, organizações e indivíduos desenvolverem iniciativas que se concentrem em vários aspectos dos cuidados de saúde mental.

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