Desafios Políticos Internos: Governança!
Ponto de Vista

Desafios Políticos Internos: Governança!

O mundo precisa de líderes que dão lutas sem tréguas a criação de uma classe privilegiada, dando lugar a existência de uma sociedade altamente desigual. Temos que defender a bandeira que põe cobro às desigualdades sociais e proporcione acesso universal aos serviços de: saúde, educação, segurança, justiça, emprego digno, habitação, inovação e tecnologia, infraestruturas de qualidade, mobilidade entre as ilhas no nosso caso, bens de primeira necessidade acessível, aposta na agricultura e pesca entre outras opções vitais para alavancar o desenvolvimento.

Nos últimos anos, mormente até dezembro de 2021, o PAICV enfrentou uma queda na popularidade e no apoio eleitoral, em razão de dissensos havidos nas diversas sensibilidades internas, o que culminou em derrotas eleitorais, expondo em toda a linha as verdadeiras fragilidades que não raras vezes nesses últimos anos vem assombrando o partido. Esse declínio “veio a expor cruamente” um cenário de crise interna dentro do partido, com discussões sobre a necessidade de renovar e definir uma (liderança consistente, baseada em propostas sólidas e adaptadas às circunstâncias ocorrentes) liderança e suas propostas.

Francisco Carvalho é uma das figuras emergentes dentro do PAICV, sobretudo, depois de ganhar as eleições autárquicas de 2020 e 2024 na Cidade da Praia e com uma maioria esmagadora, consolidada na forma inovadora de ver e abordar temas da atualidade estribado na ideia de uma certa ruptura com o tradicionalismo um tanto ou quanto esgotado. Conhecido por sua experiência política e sua postura moderada, sua mais que provável ascensão à liderança do partido é vista (está sendo vista) por muitos como uma (nova energia que impulsiona o partido a catapultar para novos tempos), tentativa de revitalizar e dar novo direcionamento ao PAICV, especialmente após os tempos (esses) que se supõem difíceis por ter como desafio principal evitar as derrotas nas urnas, resgatar sua relevância e trazer uma visão mais ousada e atualizada para questões políticas e sociais que ao País se vier a impor nos próximos tempos.

Francisco Carvalho representa, para muitos, uma tentativa ou um eixo de renovação e reconciliação entre as diferentes correntes que compõe o atual “Mosaico Tambarina” dentro do partido, unificando os seus militantes e apresentado ao eleitorado como uma alternativa credível à conquista do poder em 2026, assim, dar resposta às reais necessidades de uma população abandonada por esta maioria conjuntural.

Francisco Carvalho tenciona Recentrar as Bases do PAICV e orientá-las consoante os ideias do partido, reconectando-as com a sociedade civil, promovendo um discurso mais focado na boa governança, na transparência e no desenvolvimento econômico sustentável, na audição, socialização e integração das ideias ajustáveis que emanam da própria sociedade. Francisco Carvalho, também se propõe a dialogar mais abertamente com a sociedade civil, com notável prioridade na vertente da juventude, um segmento vital para o futuro do país. Hoje, se o PAICV pretende retomar o protagonismo político, deve ter na liderança alguém tão coerente como Francisco Carvalho, com ideias práticas de uma modernização assente na convergência de diversas sensibilidades, realizando um processo de modernização interna, tanto em termos de (suas) propostas políticas quanto da forma como se comunica com o eleitorado e na absorção de ideias vindas do próprio cidadão como sendo a razão última da existência dos partidos políticos.

Todavia, para atingir este desiderato, tanto o FC como o PAICV devem fazer a revisão de suas posições em relação à economia, à educação, à juventude, a saúde, ao turismo, inovação e tecnologia, entre outras áreas, universalizando-as e ajustando-as aos desafios da globalização e de modernização de um estado pequeno e insular. Outrossim, a boa governança, hoje mais do que nunca é passaporte para o desenvolvimento e transformação de qualquer nação, e Cabo Verde não foge a regra. Por isso, a forma como as instituições públicas são administradas, podem definir e medir o desempenho de qualquer executivo, mensurado na satisfação da população a forma como as instituições públicas são administradas, como as políticas públicas são formuladas e implementadas, e como os líderes respondem às demandas da população.

No lado oposto, podemos fazer a analogia e avaliar os efeitos da falta de transparência, a centralização do poder, a ineficiência administrativa e a falta de accountability (responsabilização) podem criar um ciclo vicioso, a falta de informação, corrupção em todos os níveis de administração da coisa pública, onde o interesse da classe política sobrepõe aos interesses da população, onde as políticas públicas se tornam ineficazes e a confiança nas instituições e nos partidos políticos diminuem e cava-se um fosso enorme entre os eleitores e a classe política, chegando a criar noutras paragens conflitos insanáveis. Hoje, mais do que nunca, exige-se dos novos líderes que possam cultivar, sobremaneira, a democracia participativa, porque revela-se eficaz e crucial para garantir uma governança mais inclusiva e responsável. O mesmo será dizer que a liderança que se almeja na figura de Francisco Carvalho deve apostar e ter como pilar fundamental a boa governação, o diálogo, a transparência e uma cultura sem fim de prestação de contas.

O mundo precisa de líderes que dão lutas sem tréguas à criação de uma classe privilegiada, dando lugar a existência de uma sociedade altamente desigual. Temos que defender a bandeira que põe cobro às desigualdades sociais e proporcione acesso universal aos serviços de: saúde, educação, segurança, justiça, emprego digno, habitação, inovação e tecnologia, infraestruturas de qualidade, mobilidade entre as ilhas no nosso caso, bens de primeira necessidade acessível, aposta na agricultura e pesca entre outras opções vitais para alavancar o desenvolvimento. 

Cafbarros

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