“Aqui se faz aqui se paga”, ferir ou atacar outra pessoa é atacar a si mesmo, nada é eviterno neste mundo tão pouco neste inferno de satisfações individuais. Apesar de nós possamos atacar este atual sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas neste sistema tirânico, no entanto, não devemos jogar os problemas debaixo do tapete e deixar de dar feedbacks duros sobre o trabalho de determinados(as) chefes.
Entre o “stalking” e a “perseguição” no seio das instituições do estado por mera cor política, não há fronteira que os separe. No Brasil por exemplo já temos a lei que combate stalking/ perseguição e ou assedio no trabalho. Rogo os nossos legisladores e políticos pa djobi pa lado mas di di la : https://metodista.br/noticias/perseguicao-passou-a-ser-crime-explica-especialista-a-alunos-de-direito
Elucidando Chico Xavier, “quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar”.
Estimular para se poder evitar a violência é um dos primeiros passos para se encontrar uma resposta à paz que se quer. Ela acontece quando enfrentamos nossos dilemas e conflitos de forma não-violenta, respeitando as diversidades e defendendo os direitos das pessoas.
Foi exactamente na viragem do milênio, mais precisamente em 1999, que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou a um Movimento Global para uma Cultura de Paz. Conforme o calendário da Organização, o ano 2000 foi marcado como “Ano Internacional da Cultura de Paz” e a década seguinte, a terminar-se em 2010, ficou ainda reconhecida como a “Década Internacional para uma Cultura de Paz e não-violência para as crianças do mundo”.
Sinto um ligeiro desalento, contudo, perceber que já estamos no final de igual década e essa temática permanece urgente, se não ainda mais necessária. Afinal, para compreender toda a dinâmica em torno do conceito de cultura de paz, é importante desvinculá-lo das grandes agendas de países e organizações para centrá-lo nas relações humanas de todo o dia, entendendo-o como parte capital para fortalecer e fortificar um cotidiano salutar e sustentável.
Resumidamente e no meu entender, a cultura de paz tem a ver com a visão do mundo/ambiente onde vivemos/laboramos e que privilegia o diálogo e a mediação para resolver certos conflitos sociais e mesmo laborais, deixando de lado atitudes e ações violentas e de birras pessoais honrando a diversidade das formas de pensar e agir na legalidade.
Impulsionar uma cultura de paz num ambiente de trabalho que se quer saudável implica rever as nossas próprias ideias, atitudes e formas de agir nas relações laborais. Sobretudo, é por meio de uma reflexão sobre a própria pessoa e sobre métodos fundamentais, coletivos e individuais que podemos gerar as condições para reduzir conflitos, promovendo, deste modo, um ambiente laboral seguro e saudável.
Vivemos num país onde existe uma certa confusão com o termo “paz”, pois alguns indivíduos, personalidades e até mesmo o(s) “politico-dirigente(s)”, o(os) a(as) chefe(s) interpreta(m) a paz como sendo apenas a ausência de conflito. Como se após todas as nossas birras, brigas, o emprateleiramento, a perseguição, o abandono dos recursos humanos habilitados e idóneos, etc., etc., nós chegássemos a um consenso e tudo permanecesse “on-the-spot, (nos-kits) ou simplesmente” solucionado” e assim rebentaria uma convivência sem conflitos.
Conflito não é nada mais do que opiniões divergentes de pessoas diferentes sobre diferentes assuntos, que tem como raiz a aniquilarem moral dos funcionários, a concessão, em exercício, de certificados de incapacidade aos funcionários por razoes meramente de mestrias profissionais ou porque este ou esta funcionário(a) têm mais idoneidade profissionais e ou de vidas diferentes, criando diferentes expectativas sobre diferentes temas/assuntos laborais.
Não existe paz enquanto não existe ausência de conflito, porquanto persistir as perseguições, assédios laborais e stocks de chefes ruins nestes dez grãozinhos de terra. Um país sem conflito é um país que não evolui e nem evoluirá, é um país que não erra, é um país onde tudo já foi descoberto, ou seja, um país oposto de diversidade.
Um ambiente diverso gera soluções mais eficazes, pois a diversidade e a pluralidade de conspeções sobre um mesmo problema poderá colocar na mesa soluções diferentes. No meu ponto de vista e opinião, não existe “estratégia um tanto vencedora”, assim como não existe ninguém que tenha todas as respostas para todos os desafios do nosso dia-a-dia.
Muitos falam que “Guerra não é conflito”, pois existe conflito em situações que não são guerras. Exactamente, como disse Hobbes em Leviatã (1651) “guerra é a definição e manutenção de um(a) inimigo(a), que precisa “ser destruído(a)”.
Ela é uma maneira de conseguir conflito onde é criado a cultura do “nós contra eles” por exemplo, alguém discorda da sua opinião, desejar que sua ação ou função num ambiente laboral dê errado, é colocar culpa de algo não dar certo nas pessoas que estão executando certas tarefas, é taxar as pessoas/funcionários com certificados de incompetências por não concordarem com sua opinião em fim guerra é atacar as pessoas neste caos funcionários publico, e não os problemas laborais.
Não deve ser estranho para os leitores constatar situações dentro das nossas instituições intentadas por guerra, vejamos:
“já é a segunda vez que eles prometem isso e nunca foi resolvido”;
“esse politico de tal flanco não conhece nada de inovação nesta área”;
“esse parlamentar do povo do flanco XPTO é muito burro, nunca vai dar certo o que eles estão fazendo”;
“contrataram um(a) ‘especialista’, mas o pessoal de tal ministério sempre contrata gente ruim, vamos fazer do nosso jeito” e assim por diante…
É este ambiente de insegurança que cria medo nas pessoas, no modo geral e nos funcionários em partícula, para partilhar suas opiniões, pois serão imediatamente julgadas pelas decisões e ações que vão realizar ao mando do “BIG CHEFE”
E isso gera um certo acovardamento, nos(as) funcionários(as), inibindo-os (as) de poder sentir seguras para dar suas opiniões, trocar conhecimento e experiencia, colocando menos ideias na mesa para a solução dos problemas, diminuindo drasticamente as oportunidades de a instituição chegar nas melhores soluções, devido ao clima de “nós contra eles”, tornando mais lento o crescimento profissional e a vontade profissional do grupo;
Alguém tem uma opinião diferente da sua? Alguém adotou uma estratégia que você não concorda? A estratégia é esta: faça de tudo para dar certo, não ataque a pessoa se ela não ouviu seu conselho. Vamos usar um termo chamado disagree and commit neste e outros casos porque o decision maker é accountable pela sua decisão e não adianta esforçar-se contra, pois a decisão já foi tomada e o nosso papel agora é fazer dar certo que poder mostrando o nosso profissionalismo de décadas.
Todos nós estamos nos desenvolvendo e aprendendo coisas todos os dias, sejam de “hard skills”, “soft skills”, ou qualquer outra coisa da vida, independente do momento de carreira na Administração Pública. Um ambiente seguro de troca honesta de conhecimento e experiencias vai garantir o crescimento de qualquer pessoa e qualquer nação.
Em síntese, devo-vos dizer que a paz não é um fim, mas sim um meio. Ela está no nosso dia a dia, em todas as nossas ações e interações que nós temos. Nos nossos dias, viver em paz é um esforço e sacrifício diário que nós precisamos dedicar e depende maioritariamente de nós para funcionar.
Devemos usar a paz como um esforço para atacar o problema, e não os funcionários. Mahatma Gandhi não foi o indivíduo que foi porque abraçava árvores, mas, porque conseguiu mudar a sociedade através do desacato civil sem o uso da guerra.
“Aqui se faz aqui se paga”, ferir ou atacar outra pessoa é atacar a si mesmo, nada é eviterno neste mundo tão pouco neste inferno de satisfações individuais. Apesar de nós possamos atacar este atual sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas neste sistema tirânico, no entanto, não devemos jogar os problemas debaixo do tapete e deixar de dar feedbacks duros sobre o trabalho de determinados(as) chefes.
Chefe autoritário, semelhante aos que temos nas nossas diversas instituições, têm uma tolerância muito abaixa do zero para a frustração. Isso torna –lhe incapaz de ver as reais necessidades das outras pessoas, e muitas vezes ele/ela reage negativamente porque acredita serem fraquezas, sentimentalismos que precisamos evitar. É adversa, não tem intropatia, busca apenas atender às suas próprias necessidades e as dos seus pares
Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, “ter um ótimo chefe é tirar sorte grande”, dizem os profissionais numa pesquisa liderada pela psicóloga Michelle McQuaid.
Nos dias que correm, em Cabo Verde, se fizéssemos a mesma pesquisa dentro das nossas instituições da república, elevados números(%s) dos nossos funcionários públicos (inquiridos), certamente, considerarão que um(a) bo(a)m chefe(a) traria mais felicidade do que um aumento de salário, por mais inconcebível que isso possa parecer dependendo de distintos juízos. Hoje em dia, infelizmente, nem todos os profissionais cabo-verdianos são brindados com esta bênção ao longo da carreira.
Como falei nas alíneas anteriores, a paz é um esforço diário, não quer dizer que todas as situações da nossa vida nós encarraremos com paz, nem perto disso. Mas de todo jeito, deve existir um esforço pró-ativo do nosso lado para tentar resolver os conflitos desta maneira.
Apesar de nós arriscarmos atacar um sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas. Esse é o motivo do autor tratar todos (mesmo os chefes ruins e maus) com “love” por o amor ser a melhora doutrina que o autor poderia usar, pois ele adotou a paz como seu modus operandi de resolução de conflitos, e sempre busca criar um amigo(a) em cada interação que tem no seu dia-a-dia profissional.
“Respeitar a ignorância do outro, é torna-se cada vez mais inteligente”
(José António Veiga de Pina)
Volto em breve com o dedo na ferida!
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