"Se o CV reconhecer que a oferta do turismo de sol e praia não constitui condição suficiente do seu desenvolvimento, então ele continuará apostando em alternativas a essas ofertas, enriquecendo ou diversificando-as, contribuindo para ampliar os horizontes da nossa competitividade, em torno dessa esfera relevante do nosso desenvolvimento económico. Mas como? Pela filosofia constante de incentivo ao desenvolvimento dos turismos ecológico, residencial e/ou familiar, devendo ser associada à investidura de marketing e publicidade, visando a conquista contínua desses mercados emissores de turismo."
Se ao longo dos textos anteriores, a nossa atenção esteve voltada para o impacto da profissionalização de artes marciais em Cabo Verde, bem como para a política de redução de taxas de juros, no contexto da viabilização e democratização do acesso generalizado à liquidez [garantia do empréstimo bancário], nos termos de uma expressa contribuição em matéria do reforço da competitividade da economia nacional, já neste artigo, o enfoque é reservado às questões da inovação económica, tendo em consideração o reconhecimento do valor e importância do mercado cripto [criptomoedas], assim como a da diversificação do produto turístico, bem como a questão do profissionalismo, enquanto chave, potencial ou alicerce do desenvolvimento estratégico da economia cabo-verdiana.
Essas e demais teses operacionais de desenvolvimento, enquadram-se na necessidade de uma visão adicional, em termos do reforço político-estratégico, face ao desenvolvimento equilibrado deste país, numa perspetiva de adicionarmos valor à segurança da sua estabilidade económica, social e política. Trata-se do facto de que, sobretudo na atual conjuntura mundial de desenvolvimentos geopolítico e geoeconómico, ditada pelo conhecido e tão divulgado xadrez [jogo] económico-político, torna-se premente a necessidade de cada Estado envidar seus esforços no sentido da prevenção, mais cedo possível.
E é isso que a República de Cabo Verde deve fazer, em prol do reforço da sua estabilidade em qualquer que seja domínio de desenvolvimento, onde a questão económica deve prevalecer-se, num quadro inovativo de transformação económica. Nesta ótica, lembro-me de ter referido, bem cedo, sobre a importância da preocupação com a necessidade de pensarmos num desenvolvimento autónomo, ou seja, na conquista da nossa autonomia económica, com base no slogan “não devemos esperar, cegamente, pelos sapatos de defuntos”.
Estamos, se calhar, a falar dos termos do neocolonialismo existente, já no quadro do programa da “Ajuda ao Desenvolvimento”. O então jornal “Horizonte” foi um dos palcos literários de partilha dessa ambição, direcionada para o encontro de uma verdadeira autonomia económica que o país ainda procura alcançar, incansavelmente, apesar de parcos recursos existentes, do ponto de vista geológico, ou seja, de riquezas afetas ao subsolo.
Sublinho-o, expressamente, porque o país privilegia de um recurso muito valioso que é o seu conhecido potencial do capital humano, o que lhe faz ser, mesmo, muito cobiçado e invejado por algumas nações, mormente, da esfera sul, pela competitividade dos nossos quadros. Até porque, não é à toa que os nossos quadros têm sido piscados, no mundo fora visando servir, como é natural, como sendo leitomotivs [trampolim] de desenvolvimento, a nível de determinados países, envolvendo mesmo, alguns da esfera norte. Isto é, mesmo o caso de países industrializados, assim como dos chamados emergentes. Lembro-me de ter sublinhado, noutras expressões, sobre esse aspeto, ao longo de uma abordagem sobre o sistema de criptomoedas, ao elucidar, sobre o destino dos nossos valiosos engenheiros informáticos e não só, graças ao investimento que o país pode proporcionar, dentro do âmbito formativo de nossos quadros jovens, por via, inclusive, de parcerias privilegiadas que CV teve a honra e a sorte de conseguir, por inerência das nossas demandas internas.
Como sabemos, esse tipo de parceria tem sido desenvolvido, principalmente, a nível de Estados com melhor performance formativa, isto é, com a componente formativa, situada ao nível desejado, onde Estados como Portugal, Brasil, Rússia, Cuba, Estados Unidos da América, Alemanha, bem como alguns países do continente africano [Senegal, Argélia, Marrocos, entre outros], têm constituído partes integrantes dessa parceria estratégica, o que não podemos deixar de reconhecer, por essa tão nobre oportunidade de formação.
Mas porquê dessa invocação particular de técnicos ou engenheiros informáticos, nessa retórica [referência] particular do mundo “Cripto”? Porque são, sobretudo, por causa da consideração do âmbito de suas possibilidades de intervenções técnicas, a nível da engenharia e/ou demandas do ecossistema [mercado] de criptomoedas. E são, sem dúvida, os chamados Peritos [Técnicos profissionais] mais adequados a esse contexto criativo, nos termos da necessária ereção [construção], apetrechamento e formatação desse eventual sistema financeiro inovador de desenvolvimento.
Em tese contributiva do desenvolvimento, posso dizer estarmos perante o que podemos chamar, hoje, de uma espécie de preocupação revelada, ainda em idade muito jovem, através do já aludido e inesquecível jornal, num jeito de simples partilha, nesse ambiente pós-graduativo, o que aproveito para agradecer não só ao[s] seu[s] ex-dirigente[s], mas também aos técnicos que nele laboravam, a partir deste novo palco literário de renome internacional [que é o Santiago Magazine], por essa tão nobre oportunidade.
E esse gesto de reconhecimento [ou seja, agradecimento] é extensivo a outras esferas literárias nacionais, cujos jornais “A nação”, “Expresso das Ilhas”, assim como “asemana” se figuram nessa oportunidade de divulgação, o que ajoelho, em jeito de agradecimento, mormente, afrente de seus dirigentes e profissionais que me acudiram, perante tais necessidades de publicação. Lembro-me de ter, então, defendido a necessidade de o país adotar um modelo específico de desenvolvimento que servisse de estímulo ao seu acentuado e generalizado progresso, devendo passar, pela cultura da procura contínua de sua independência económica.
Como é natural, isto pode ser possível, conforme ressaltado em edições anteriores deste emblemático jornal digital de repercussão internacional [i.e, daquele que constitui um valioso e respeitado meio de comunicação, sendo munido de excelência e performance qualitativa], por via de investidura de certas inovações, ou seja, de reformas económicas adequadas à natureza desta nação. Isto é, dos valores e recursos que a enformam, no contexto da nossa ambição transformativa. Bem, na altura, essas tais alocuções, podiam ser vistas como um mero atrevimento, se calhar, por alguns observadores [leitores]. Mas hoje, olhando para o campo, visão ou contornos geopolíticos e económicos atuais, pode-se dizer que, a final esse “Cara” [risos] tinha razão, ao tecer essas considerações, do ponto de vista de ambições do progresso contínuo deste pequeno, mas grande Estado.
Posso até admitir que as minhas meditações podem ser vistas, como sendo autênticas “loucuras” [risos]. Mas acreditem que elas são uma espécie de loucura revestida de sonhos e ambições de desenvolvimento. Isto sobretudo, porque em diferentes fases da construção do meu percurso acadêmico, vivi e cheirei expressos desenvolvimentos em grandes nações, graças às oportunidades proporcionadas por este Estado [ou seja, diferentes governos de gestão], ao longo da sua evolução diplomática. Então, sinto-me e vejo-me no direito e dever de os imprimir ou partilhar, ao meu jeito, para o bem deste país. E acho que podem perceber, facilmente, essa minha loucura, conforme as linhas que se seguem:
Vejam que, as atuais conjunturas política e económica de desenvolvimento, ditadas pelos conflitos em partes sensíveis do globo, encontram-se voltadas para evidências de novos rumos, com os Estados a se revelarem preocupados com suas seguranças internas. São questões envolvendo tanto a segurança económica interna dos mesmos, como a da defesa de suas fronteiras. Por isso, a questão de “Ajuda ao Desenvolvimento”, sai ou pode sair, mesmo, de suas agendas prioritárias, para se tornar um pouco secundária, como é natural. E nem devemos pensar, se tratando do reflexo ou filosofia exclusiva da atual investidura política da administração norte-americana. Não, irmãos. Não é isso, não. Essa novela política americana serve, tão-somente, de uma chamada de atenção para o facto de que “nós e o mundo” [Dependente / Semiautónomo], devemos pensar na procura de uma autonomia económica e militar [defesa].
Por isso, como simples cidadão, não a vejo, como sendo alvo de acusação, mas sim, como uma mera ação de prevenção e defesa, sobretudo da sua estabilidade, cujo valor económico constitui uma agenda prioritária de sobrevivência. E, mais do que isso, irmãos, a política protecionista dos EUA, faz parte da defesa americana da segurança económica, independentemente, ao meu ver, de condições ideológicas das coisas, com um determinado partido a defender esse valor, esse estilo filosófico [económico-político] de desenvolvimento, mais do que outro. Isto significa que, conforme a história da evolução política e económica dessa sociedade, os EUA têm procurado defender uma política protecionista de desenvolvimento mais do que qualquer outro país da esfera terrestre. Bem, essa colocação serve-se, exclusivamente, da minha modesta opinião, em respeito aos valores inspiradores que norteiam o desenvolvimento sui generi dessa nação de excelência. Isto, embora o partido republicano seja o que mais se tem revelado nessa filosofia natural de progresso e transformação [desenvolvimento] desse maravilhoso país, sobretudo do ponto de vista da sua performance geopolítica.
Deste modo, Cabo Verde, ou seja, nós somos chamados a uma investidura de inovação contínua, como estratégia da nossa superação, transformação, numa perspetiva de garantia da nossa liberdade económica. Isto não significa não existir ambição político-administrativa da parte de diferentes governos desta república. Sim. Ela existe, estando, mesmo, no sangue de nossos governantes. Entretanto, defendo a necessidade de procurarmos esquecer de eventuais apoios de terceiros, para afincarmos numa procura constante de um desenvolvimento autónomo, no verdadeiro sentido das coisas. Assim, pode-se ver, nas narrativas apresentadas, que não é à toa, falarmos da necessidade do aproveitamento das oportunidades que o mercado cripto nos pode oferecer. Trata-se, neste caso particular, de uma reflexão que se traduz na possibilidade do investimento de reformas económicas diferenciadas, que possam vir a considerar a relevância do mercado “Cripto”, num futuro próximo, embora seja do domínio público, a já existência ou disponibilidade [criação] da moeda digital cabo-verdiana [não sendo criptomoedas, como é evidente], conforme a divulgação do Banco Central, apesar da necessidade de uma maior divulgação e esclarecimento, junto dos nossos cidadãos e concidadãos.
Porém, em matéria de reformas em torno da regulação ou aproveitamento do potencial do mercado “Cripto”, continuo sublinhando, apenas, se tratar de uma mera opinião, apesar de devermos estar cientes do facto de que, quanto mais rápido decolarmos, mais próximo da meta poderemos estar. Isto significa dizer que, Estados que souberem aproveitar melhor os termos, valores ou potencial desse mercado, através do empreendimento de legislações favoráveis ou adequadas a esse mundo inovador de desenvolvimento, poderá, futuramente, recolher bons frutos desse investimento, podendo fazer contribuir para a segurança de um maior desenvolvimento da sua competitividade económica.
Agora, no concernente ao setor turístico, há necessidade de mantermos as nossas apostas na diversificação do produto turístico, por via do desenvolvimento de investimentos contínuos nesse setor estratégico de desenvolvimento económico, viabilizando, deste modo, a atração contínua e adicional de mercados emissores do turismo. Estamos a falar, principalmente, de países com grande poder económico de consumo, nomeadamente, os EUA, a Noruega, a Finlândia, a Alemanha, a China, o Brasil, a Rússia [entre outros Estados da esfera leste europeia], mas com menor expressão nos nossos arquivos turísticos. São, portanto, países com potencial forte de consumo, mas que se revelam abaixo do valor, estatisticamente, desejado.
Se o CV reconhecer que a oferta do turismo de sol e praia não constitui condição suficiente do seu desenvolvimento, então ele continuará apostando em alternativas a essas ofertas, enriquecendo ou diversificando-as, contribuindo para ampliar os horizontes da nossa competitividade, em torno dessa esfera relevante do nosso desenvolvimento económico. Mas como? Pela filosofia constante de incentivo ao desenvolvimento dos turismos ecológico, residencial e/ou familiar, devendo ser associada à investidura de marketing e publicidade, visando a conquista contínua desses mercados emissores de turismo. Isto pode ser possível, mediante o desenvolvimento de algumas ações de financiamento desses tipos de ofertas turísticas, através da criação de fundos ou rúbricas próprias, direcionadas para esse género de incentivo, beneficiando, principalmente, os municípios com famílias mais vulneráveis, devido ao fraco poder económico instalado, do ponto de vista estatístico.
Dentro desse campo de diversificação do produto turístico, um aspeto essencial que deve ser associado, aqui, é o domínio cultural, isto é, a necessidade do desenvolvimento da indústria cultural, como um valor adicional ao desenvolvimento de nossos produtos turísticos. Trata-se não só de incentivos à recuperação, resgate dos valores tradicionais [batuques, morna, funaná e coladeira, entre outras manifestações culturais], mas também da investidura de alguma inovação nesses domínios, voltada para a apresentação de produtos específicos, por excelência, podendo ser concretizada, por via da criação de um fundo específico de gestão da componente cultural. Lembro-me de ter, algures, falado da “Cabowood”, ou seja, da indústria cinematográfica, tentando explicar o seu lugar e importância, no contexto do desenvolvimento de nossos produtos turísticos.
Em reforço à importância dessa questão particular de desenvolvimento, eu tinha sublinhado essa ideia, ao evocar alguns casos de sucesso, existentes, a nível mundial, invocando, para além da Hollywood nos EUA, nações triunfantes nesse campo específico, nomeadamente a própria Nigéria e Cote d’Ivoir, na Costa Ocidental Africana a que pertencemos, assim como a India, o Brasil, entre outros paraísos culturais ou cinematográficos. A título de esclarecimento em termos de defesa dessa ideia nobre de desenvolvimento, não achem que seria sempre uma mais-valia um visitante saber que em Cabo Verde, há possibilidade de se consumir um produto turístico específico e diferenciado, a nível local [que é a indústria cinematográfica], exibida, por exemplo, à moda tradicional?
E, sendo exposta, durante finais de semana [ou mesmo diariamente], em cinemas situadas em diferentes praças da república, ou mesmo, em espaços [infraestruturas] acolhedores do turismo cultural [hotéis, residenciais e/ou em simples moradias, apresentando condições dignas de acolhimento de turistas]. Por isso, seria bom reconhecermos o trabalho [inclusive amador] de nossos artistas afetos a esse campo específico de entretenimento, onde os jovens atores Oracy, Tikai, Boka fradu, entre outros youtubers e artistas nacionais, fazem partes integrantes.
O Mister Oracy, particularmente, se tem destacado nesse domínio, enquanto um dos principais contribuidores à recuperação e divulgação de histórias importantes, contadas pelos nossos irmãos. Quem fala de Oracy, pode falar também do “Mister Lores” [Tintim], em São Lourenço de Santiago que, embora este último não se revela no papel de ator, chegou a participar de alguns levantamentos voltados para a recuperação da história tradicional, mediante a consideração e recuperação de talentos locais, como Zé Cadongo, Zé di Beta [nos contos tradicionais], assim como Eli Brito, Txarles & Vailson da Veiga, Tu & Budy [na música. A final, não existem artes ou ações de entretenimento, sem música], Mana Funga [nos contos ou história tradicional], entre outros talentos natos lourentinos, a quem aproveito para lhes endereçar os meus sinceros cumprimentos, aliado às minhas sinceras condolências à família enlutada de Mana Funga [Pico de Antónia].
Aproximando do fim deste simples artigo de opinião, gostaria de evocar uma questão, deveras, relevante, no meu entendimento, tendo a ver com a necessidade de aproveitarmos sempre valores [ou projetos] que possam servir de alavanca ao progresso e transformação deste arquipélago, independentemente dos termos de suas associações ao contexto ideológico das coisas. Neste âmbito, penso que muitos ficaram satisfeitos com a reassunção, por parte da presidência da república, dessa política de “presidência aberta” pelo Dr. José Maria Neves, defendida pelo então Presidente da República – o prezado Dr. Jorge Carlos Fonseca, em jeito de valorização do primado [isto é, do compromisso filosófico] deste último.
Uma forma de trabalho que tem sido impactante para o país. Até porque, em Cabo Verde, somos ou já fomos testemunhas de importação [aproveitamento], de quadros de ideologia(s) diferente(s), face à[s] sua[s] incorporação[s], a nível de estruturas governativas. Trata-se, indubitavelmente, do simples técnico, quadro e/ou político de carreira, expondo grande ou reconhecido gabarito, podendo, eventualmente, expor uma grande eficácia, em matéria de gestão de determinadas pastas e, consequentemente, em prol da segurança da tão almejada estabilidade governamental. Irmãos, isto constitui, de juri, o sinal da nossa maturidade política, fazendo-nos, obviamente, diferenciar de outras paragens e fortalecendo a nossa democracia e contribuindo para uma expressa união dos homens e das mulheres cabo-verdianas. Isto, para dizer que a ignorância, a politiquice e a politização excessiva de qualquer sociedade, podem ser responsáveis pelo entrave ao seu desenvolvimento. Daí que é sempre bom aproveitarmos ou usufruirmos das mais valiosas ideias, dos grandes projetos de desenvolvimento, enquanto possíveis catalisadores do desenvolvimento que queremos para este nobre país.
Deste modo, poderemos estar perante um desenvolvimento contagiante do território nacional, podendo ser possível, num contexto de uma jus e apropriada filosofia de progresso e transformação. Isto é, um aspeto valioso de desenvolvimento, consistindo na defesa do primado do respeito e valorização do que é, verdadeiramente, importante, a nível da esfera corporativa de desenvolvimento económico e social da nação crioula. Assim, digamos que, juntos e nutrindo respeito e consideração pelos nossos próximos, aliado aos termos do necessário profissionalismo, poderemos chegar ao patamar almejado de desenvolvimento.
Praia, Maio de 2025
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