UCID acusa Governo de “desmantelar” frota que herdou na década de 90
Política

UCID acusa Governo de “desmantelar” frota que herdou na década de 90

A UCID acusou hoje o Governo de, na década de 90, ter “desmantelado” a frota de cabotagem e marinha mercante internacional que o país montou nos primórdios da sua independência.

Segundo o deputado João Santos Luís, que apresentou a declaração política dos democratas cristãos, a frota que o primeiro Governo do MpD herdou garantia as ligações marítimas entre as ilhas e outras latitudes.

“O primeiro governo do MpD desfez-se daqueles navios e não conseguiu até hoje encontrar uma boa solução que sirva de melhor forma o arquipélago”, acentuou o líder da UCID.

Acrescentou que com a alternância do poder, em 2001, o governo do PAICV, vencedor de três eleições legislativas, também “não encontrou a melhor solução para ligar as ilhas”.

“Um sistema de transporte marítimo inter-ilhas regular, seguro e eficiente é de extrema importância para a unificação do mercado nacional, promoção de circulação de pessoas e o fomento do desenvolvimento do sector turístico no país”, apontou João Santos Luís.

Criticou ainda o contrato que o Governo assinou com a CV-Inter ilhas, com vigência de 20 anos, “no valor aproximado de 12 milhões de contos”.

Para o parlamentar eleito nas listas da UCID pelo círculo eleitoral de São Vicente, a empresa concessionária não cumpriu o contrato que assinou com as autoridades cabo-verdianas no que diz respeito ao número de navios que devia trazer para Cabo Verde.

“O Governo, ao constatar o incumprimento da CV inter ilhas, ao invés de resolver o contrato, anunciou, em Julho de 2022, a revisão do contrato assinado em 2019”, lamentou o parlamentar da UCID.

A mesma fonte lembrou que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, prometera mais barcos e assegurou ter saído do processo negocial “mais forte e melhor estruturado para se conseguir objectivo de garantir regularidade e maior frequência entre as ilhas”.

Perante a decisão do executivo “em manter, a todo custo”, a referida concessionária, João Santos Luís sugeriu a Procuradoria-geral da República, enquanto garante da legalidade, a agir com base no contrato assinado, “salvaguardando o interesse” do país.  

Por sua vez, o ministro dos Transportes e Turismo, José Luís Sá Nogueira, assegurou, na sua primeira intervenção no parlamento, enquanto governante, disse que tem havido “melhorias contínuas” no sector dos transportes marítimos. 

“Não é preciso trazer dados estatísticos para demonstrar. A população cabo-verdiana sabe o que é o transporte inter-ilhas neste momento e quais são as perspectivas futuras”, frisou o ministro, acrescentando que a sua preocupação é “resolver” os problemas e “não falar mal” com base em situações que não correspondem à verdade.

Prometeu que, “a breve trecho”, o país irá sentir o impacto das medidas que estão a ser tomadas no sector dos transportes.

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Comentários

  • Casimiro centeio, 11 de Abr de 2025

    A sua descrição analítica ( crítica) e muito bem, Sr. Deputado, corrobora que o Mpd, de facto, é a pior endemia que devasta o país. Ou uma espécie de gusano de madeira que corrói a construção para se alimentar.
    No início do período em referência, havia mais de 30 navios... Que lhes terá acontecido ? Ninguém sabe, porque nunca houve prestação de contas.
    Maldito o homem que confia em certos homens!

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