A juíza Ivanilda Mascarenhas Varela, nomeada agora como a nova directora nacional da Plíca Judiciária, tem contra si um processo de averiguação a decorrer no Conselho Superior de Magistratura Judicial por suposta "manipulação de provas e denegação de sentenças", presumivelmente cometidas enquanto magistrada judicial em Santa Cruz, interior da Ilha de Santiago. Foi o próprio juiz-presidente do Tribunal dessa Comarca, Anilson Silva, quem recebeu as denúncias e remeteu o caso para decisão do Conselho Superior da Magistratura Judicial, desde 6 de Julho de 2020.
O Governo cabo-verdiano nomeou a juíza Ivanilda Mascarenhas Varela para o cargo de directora nacional da Polícia Judiciária, conforme resolução do Conselho de Ministros publicada hoje.
A ministra da Justiça, Joana Rosa, negou hoje a existência de um “braço de ferro” com o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, que estaria a emperrar a escolha do novo director nacional da Polícia Judiciária.
A ministra da Justiça garantiu hoje que a Polícia Judiciária está a funcionar normalmente, apesar de não ter diretor nacional há quase dois meses, situação que espera ver resolvida esta semana.
A Polícia Judiciária está sem diretor há quase dois meses, e a funcionar sob os cuidados das chefias intermédias, com todas as consequências que esta situação tem e terá no desempenho de uma instituição que é considerada o braço armado do setor da segurança e da promotoria pública em Cabo Verde.
A Procuradoria-geral da República acaba de emitir um comunicado no qual confirma o arquivamento do processo que investigava a morte de Zezito Denti d’Oru, mas admitiu a existência de um processo separado contra três agentes da Polícia Judiciária, supostamente envolvidos nessa operação, mas por haver “indícios da prática dos crimes de inserção de falsidade em documento público falsidade por parte de interveniente em acto processual e violação de segredo de justiça”.
Um possível volte-face no processo, que já havia sido arquivado na semana passada pelo procurador Nilton Moniz, poderá transformar o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, e os inspectores que participaram na emboscada que originou o assassinato de Zezito Denti d’Oru, em arguidos de facto.