A boa vontade das pessoas tem levado “certas pessoas” a defenderem, quase de uma forma obrigatória, a solidariedade totalitária para com o nosso irmão que mais precise, esquecendo, ou procurando confundir os outros, relativamente às responsabilidades governamentais neste processo, visto que, fora assumido que as famílias mais vulneráveis e os profissionais teriam o devido apoio para que ninguém pudesse ficar de fora e que pudessem ficar em casa e ajudar, assim, a ultrapassar esta pandemia.
Trazer a deficiência física humana, como mote de reflexão, é propositado, carrega o maior respeito e cumpre o objectivo de tocar, ainda mais, a sensibilidade do Cabo-verdiano na sua solidariedade ao irmão, mas, também uma forma simples de render tributo a estes valentes e activos cidadãos que vencem a cada dia limitações e obstáculos no propósito de viver e serem felizes.
Indo na esteira do rumo traçado para este singelo desabafo e à guisa de conclusão, sou a acrescentar que o cidadão, o verdadeiro dono do poder, raras vezes chega ao gabinete do seu representante. Quando assim acontece, a visita é astutamente encurtada, com a fastidiosa e manifesta falta de tato: - «Vá direto ao assunto». O truque visa quebrar o entusiasmo inicial e não deixar a pessoa à vontade. Claro, isto para os felizardos que ainda têm o privilégio de entrar em contacto com esses fulanos de estufa e de redoma. Os que deviam ser encarregados dos negócios do seu patrício, os...
Nada nos aparece, mormente a criação artística (logo, objecto não natural), a não ser sobre o fundo de algum mundo, sendo que mundo aqui deve ser entendido como uma vasta rede de elementos totalizados e retotalizados pela prática humana.
Um dos dois médicos do Hospital Agostinho Neto com coronavírus é, afinal, pediatra e terá uma relação próxima com o outro médico positivo ao Covid-19, que teria estado na zona de tratamento dos pacientes com o pandémico vírus. Esta manhã, dezenas de profissionais de saúde estiveram à porta do HAN a exigir que se lhes façam testes porque desconfiam do seu quadro clínico.
“Lembrando, lembrando sempre”, como enfatizaria aquele que foi um exímio cronista de outrora, o brilhante micaelense, Herculano Delgado Freire, a propósito do passamento físico do ilustre mindelense, escritor e docente, António Aurélio Gonçalves. Freire tinha sido aluno do Lente em referência, nos velhos tempos do Liceu Gil Eanes. Então, terá recebido com choque emocional a partida do mestre e amigo, aquando do seu desabafo num jornal da praça. Ah, pois, desta feita, sou eu que aqui me permito pôr de pé e em sentido, para relembrar e render uma justa homenagem à magna...
1. Desde a primeira hora, ganhou evidência um cuidado fundamental que se deveria ter com a declaração do Estado de Emergência: a garantia de comida – sim, comida – para uma camada de caboverdeanos que teriam de ficar em casa e, assim, deixariam de puder sair à rua todos os dias à procura da janta de cada dia. Enganam-se aqueles que pensam somente nas “rabidantes”, pior ainda é considerar como foco de intervenção apenas as “rabidantes” de papel passado. Há as senhoras que vão lavar roupa e passar a ferro, os donos de tabuleiros na berma da estrada, as vendedeiras de...