O ex-Bispo de Díli, Timor Leste, Dom Ximenes Belo, teria abusado sexualmente de menores. Após a denúncia o Nobel da Paz de 1996 desapareceu da sua residência habitual: o colégio dos Salesianos de Lisboa, Portugal.
Consta que ainda no dia 10 de setembro, D. Ximenes Belo, celebrou uma missa na capela da residência Dom Bosco dos Salesianos – continuando a conviver com os menores do colégio. Mas ontem, de manhãzinha, as notícias sobre alegados abusos sexuais de crianças e jovens, denunciados por um jornal holandês, deixaram-no alerta.
Desde então ninguém o viu, desconhecendo-se o seu paradeiro. Fontes do jornal i, de Portugal, dizem que a mudança foi repentina, sem que nada a fizesse prever. Dom Ximenes Belo saiu de Timor em 2002, mas não devido às explicações que deu. A resignação do cargo de Bispo de Díli apanhou então todos de surpresa. Na altura, em comunicado, o antigo bispo anunciou a sua resignação alegando problemas de saúde e a necessidade de um longo período de recuperação.
A sua obra em prol dos timorenses foi reconhecida quando, juntamente com José Ramos-Horta, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em dezembro de 1996. Contudo, viria a abandonar o cargo por ordens do Vaticano exatamente devido a denúncias de abusos sexuais de menores.
Tal informação foi confirmada por Marco Sprizzi, representante máximo do Papa e do Vaticano em Timor-Leste, à agência Lusa, nesta quarta-feira, explicando que o caso está com os órgãos competentes da Santa Sé, não indicando se o prelado foi ou não investigado.
“Eles estão a examinar este artigo e o seu conduto e de outros que estão a ser publicados neste momento e, a partir disto, qualquer resposta virá diretamente da Santa Sé”, explicou, acrescentando que “a Igreja local e a Nunciatura não têm mais competência direta”, referindo-se aos testemunhos de supostas vítimas que foram publicados pelo jornal holandês De Groene Amsterdammer.
Este órgão de informação asseverou que entrevistou vítimas que terão sido abusadas sexualmente nas décadas de 1980 e 1990, assim como vinte pessoas com conhecimento do caso, incluindo “individualidades, membros do Governo, políticos, funcionários de organizações da sociedade civil e elementos da Igreja”.
Inclusivamente, sabe-se que o início da investigação remonta ao tempo em que um timorense denunciou que o seu irmão havia sido violado.
*Com Jornal i
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