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Arnaldo Silva diz-se vítima de "uma cabala" para atingir Ulisses
Sociedade

Arnaldo Silva diz-se vítima de "uma cabala" para atingir Ulisses

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Arnaldo Silva, decidiu quebrar o silêncio, cinco dias após a sua detenção, para afirmar que a acusação de que está sendo alvo foi feita com base em "factos vagos, genéricos e abstractos", porque, defendeu, por detrás de tudo haverá "uma cabala" par a atingir o actual Primeiro-Ministro, antigo presidente da Câmara Municipal da Praia.

Arnaldo Silva veio ontem, terça-feira, a público defender-se das acusações de que está sendo alvo - burla qualificada, corrupção activa, falsificação de documentos, falsidade informática, associação criminosa e lavagem de dinheiro - considerando, tal como havia feito o seu advogado, Pinto Monteiro, que existe um propósito polítco evidente para atingir a figura do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que enquanto presidente da Câmara municipal da Praia assinou um memorando de entendimento com Fernando de Sousa, em 2014, para a gestão das terras do Palmarejo.

A reacção do ex-bastonário chega seis dias depois da sua detenção (acabou por ficar sob TIR, com proibição de saída do país e proibição de contacto) e pela via de um órgão estrangeiro, a RTP-África. "Obviamente que se quer atingir o Primeiro-Ministro, que se quer atingir a CMP, de forma clara e evidente. Nós não somos assim tão ingénuos", disse Arnaldo Silva ao canal luso, acusando ao mesmo tempo a Procuradoria Geral da República "de criar um clima de suspeição", por causa do comunicado que confirmava a sua detenção e o anúncio da existência de mais seis suspeitos nesse processo.

“Quero aqui dizer de forma clara, veemente que alguém tem de parar o Ministério Público que está, através de um comunicado desta natureza, ainda por cima em relação a um processo em segredo de justiça, a lançar suspeições. Imagina chegar a dizer que há 6 pessoas envolvidas”.

Quanto ao processo, em si, o antigo governante defende-se alegando que as acusações contra ele foram baseadas em "factos vagos e abstratos". "Nós estamos perante acusações ou imputações de factos vagos, genéricos e abstractos. Nós não sabemos quem é que falsificou. Não sabemos quem é que recebeu quantias para adulterar aquilo que eles chamam de folhas de matriz. Nós não sabemos quem é o conservador ou notário que terá recebido, como eles dizem, uma boa quantia. Nós não sabemos quem são as pessoas na Câmara que terão feito a falsificação que eles evocam. Por uma razão muito simples: é o próprio mandato que diz 'pessoas por identificar'”, observou.

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Redação