Transparency International. Cabo Verde é o 3º país menos corrupto de África
Economia

Transparency International. Cabo Verde é o 3º país menos corrupto de África

Cabo Verde obteve 58 pontos, e subiu quatro posições, passando do 45º lugar, no ano anterior, para 41.º lugar, no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado esta hoje pela Transparência Internacional (TI) - em 2016, o país tinha 59 pontos, caiu em 2017 e desde 2018 está a crescer. Em África, só Seychelles e Botsuana são melhores.

Com esta posição, Cabo Verde consolidou a sua posição como o terceiro país mais bem classificado da África Subsaariana, a seguir às Seychelles (66 pontos) e ao Botswana (61 pontos). Na verdade, estes três países superam qualquer outro do continente e a uma distância considerável - Ruanda segue na 51ª posição e Namíbia na 56ª. Com esse score de 58 pontos, Cabo Verde fica na 41ª posição entre 180 países.

A maioria dos nove países lusófonos melhorou igualmente ou manteve a classificação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), da Transparência Internacional (TI), que revela a degradação das posições do Brasil e Guiné Equatorial.

Com 62 pontos (64 no ano passado) Portugal é o país lusófono mais bem posicionado, tendo mantido a posição 30. Segundo a Transparência Internacional, tal posição representa uma estagnação do país no índice há sete anos.

Angola passou de 19 para 26 pontos, o que lhe valeu a maior subida em número de lugares (19) entre os parceiros lusófonos. Depois de, em 2018, ter subido do 167.º para o 165.º lugar, o país ocupa agora a 146.ª posição na lista, a mesma de Moçambique.

No ano passando, Moçambique perdeu dois pontos, passando de 25 para 23, e caiu cinco posições, da 153.ª para 158.ª. No índice deste ano, o país recuperou pontuação, tem agora 26 pontos, e subiu 12 posições.

No mesmo sentido, Timor-Leste, conquistou 38 pontos, recuperando os três perdidos em 2018, e subiu ao lugar 93 a partir do 105.

Também a Guiné-Bissau contrariou a tendência do ano passado, tendo conquistado 18 pontos e subido 4 posições para o lugar 168. Em 2018, a Guiné-Bissau perdeu um ponto (16 pontos) e caiu da posição 171.ª para a 172.ª.

São Tomé e Príncipe manteve os 46 pontos e a 64.ª posição que tinha na edição anterior do Índice e ocupa a sétima posição entre os países da África Subsaariana.

São Tomé e Príncipe, tal como Cabo Verde, continua a registar pontuações acima da média dos países da África Subsaariana (32 pontos), a região com pior prestação no IPC, e da média global dos 180 países (43 pontos).

Depois de em 2018, o Brasil ter perdido dois pontos e caído nove posições, a pior pontuação desde 2012, na edição deste ano, o país manteve os seus 35 pontos, mas deslizou mais um lugar, passando de 105 para 106 em 180 países e territórios.

Visão geral

O documento assinala, por isso, que a corrupção continua um dos principais impedimentos ao desenvolvimento social e económico do país.

"Depois de as eleições de 2018 terem sido fortemente influenciadas por uma agenda anticorrupção, o Brasil registou um conjunto de reveses na legislação anticorrupção e teve dificuldades em fazer avançar as reformas do sistema político", aponta.

A Guiné Equatorial manteve os 16 pontos do índice anterior, mas perdeu um lugar e passou para 173.º em 180 países da lista.

O Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional, foi criado em 1995 e é um dos principais indicadores à escala mundial sobre a percepção da corrupção no setor público de 180 países, pontuando-os de 0 (percepcionado como muito corrupto) a 100 (percepcionado como muito transparente).

Dinamarca e Nova Zelândia partilham o topo da tabela de 2019, com 87 pontos, seguidas da Finlândia, com 86, e de Singapura, Suécia e Suíça, com 85.

O ranking deste ano relaciona o impacto da corrupção com a integridade política e os resultados demonstram que os países mais bem classificados são os que têm políticas de transparência proativas, designadamente no que se refere ao financiamento político, à regulação do lobby e dos conflitos de interesses, e a mecanismos eficientes de consulta pública.

Os países em que os regulamentos de financiamento de campanhas políticas são abrangentes e aplicados sistematicamente têm uma pontuação média de 70 no índice, enquanto os países em que esses regulamentos não existem ou são mal aplicados têm uma média de apenas 34 e 35, respetivamente.

Por regiões, a Europa Ocidental e a União Europeia alcançam a média mais alta com 66 pontos, e a África Subsaariana, com 32 pontos de média, é a região mais mal classificada, seguida da Europa de Leste e Ásia Central, com 35 pontos de média.

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