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Remessas dos emigrantes para Cabo Verde aumentaram 4,5% para recorde de 200 milhões de euros
Economia

Remessas dos emigrantes para Cabo Verde aumentaram 4,5% para recorde de 200 milhões de euros

As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago aumentaram 4,5% em 2020, para um recorde de 200 milhões de euros, segundo o banco central, que destaca a importância desse apoio durante a crise provocada pela pandemia.

De acordo com dados de um relatório deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), compilados hoje pela Lusa, as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos cresceram de 21.306 milhões de escudos (192 milhões de euros), em 2019, para 22.270 milhões de escudos (200,8 milhões de euros) em 2020, um novo máximo histórico.

“O altruísmo dos emigrantes terá sido sustentado pelos apoios orçamentais que usufruíram nos países de acolhimento e terá contribuído para sustentar a evolução positiva da confiança dos consumidores [em Cabo Verde], pese embora o perfil descendente”, refere o relatório do banco central.

No documento, o BCV reconhece que em plena crise provocada pela pandemia de covid-19 – recessão económica de 14,8% em 2020, devido à praticamente total ausência de turismo -, o “rendimento disponível das famílias foi também apoiado pelas remessas dos emigrantes”, que assim cresceram 4,5% no espaço de um ano.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, já tinha reconhecido em dezembro passado, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou, num debate mensal no parlamento.

O primeiro-ministro explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.

“E neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20% de junho de 2019 a junho de 2020”, destacou, em dezembro, Ulisses Correia e Silva, reforçando a importância destas remessas por continuarem a aumentar apesar das dificuldades económicas que os emigrantes cabo-verdianos também enfrentam nos países onde trabalham, devido à pandemia de covid-19.

A população de Cabo Verde está estimada em 550 mil habitantes, mas mais de um milhão de cabo-verdianos vive na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

Segundo os dados de 2019, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos radicados em Portugal valiam cerca de 30% do total, segundo dados anteriores do BCV. Os cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.

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