Partidos sem consenso nas conclusões de inquérito a transportes marítimos
Economia

Partidos sem consenso nas conclusões de inquérito a transportes marítimos

Os dois maiores partidos cabo-verdianos não chegaram a um consenso sobre as conclusões do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a exploração do serviço público de transporte marítimo entre ilhas, solicitada pela oposição.

A informação foi avançada na cidade da Praia, por Manuel Inocêncio Sousa, deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e presidente da comissão, solicitada no ano passado pelo partido, um mês após a assinatura do contrato de concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga em Cabo Verde, entre o Governo e a empresa portuguesa Transinsular.

O relatório final da comissão foi entregue hoje por Manuel Inocêncio Sousa ao presidente em substituição da Assembleia Nacional, Austelino Correia.

O deputado disse que o PAICV votou contra as conclusões, enquanto os deputados do partido no poder, o Movimento para a Democracia (MpD), votaram a favor.

"As conclusões foram aprovadas pela maioria dos deputados do grupo parlamentar do MpD. Os deputados do PAICV votaram contra e apresentaram a sua declaração de voto que é a sua visão do que deviam ser as conclusões", sustentou Manuel Inocêncio Sousa.

O deputado do PAICV recusou a avançar conclusões do relatório aos jornalistas, indicando que em breve o documento vai ser publicado no Boletim Oficial.

"Não vamos entrar no conteúdo das conclusões do relatório. Nós cumprimos a nossa missão, concluímos o relatório, tivemos acesso a toda a documentação que era importante conhecer sobre este processo. Ouvimos todas as personalidades que interessavam e que podiam contribuir para o esclarecimento do processo", afirmou o parlamentar.

Um mês após a sua publicação no Boletim Oficial, o relatório será discutido na plenária da Assembleia Nacional de Cabo Verde.

O contrato de concessão com a Transinsular tem a duração de 20 anos, durante os quais a empresa vai gerir a concessão com 51% do capital social.

O restante capital social da empresa criada (Cabo Verde Inter-ilhas) é detido pelos armadores cabo-verdianos.

Com Lusa

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