Discursos de lançamento da nova Marca Turística do Destino Cabo Verde sem qualquer referência aos transportes
Economia

Discursos de lançamento da nova Marca Turística do Destino Cabo Verde sem qualquer referência aos transportes

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, não fizeram qualquer referência à questão dos transportes nos discursos do lançamento da nova Marca Turística do Destino Cabo Verde.

A nova Marca Turística do Destino Cabo Verde, cujo objectivo é reforçar a promoção do destino turístico cabo-verdiano, foi lançada este sábado, numa cerimónia realizada na Fortaleza Real S. Filipe, na Cidade Velha. Entretanto, o acto aconteceu no momento em que os transportes Inter- ilhas passa por mais uma situação de crise com a única aeronave da transportadora inter-ilhas de Cabo Verde (TICV – Bestfly Cabo Verde) a avariar duas vezes em menos de uma semana, deixando dezenas de pessoas em terra.

A primeira avaria aconteceu no sábado passado e o problema, de acordo com informações veiculadas na imprensa, teve a ver com os pneus. A segunda ocorreu esta quinta-feira, 15, com as informações a apontarem para um problema de vazamento de combustível da asa direita do avião, que se encontrava estacionado no aeroporto Amílcar Cabral, na ilha do Sal.

A companhia teve de alugar um voo da TACV - Cabo Verde Airlines (actualmente apenas com voos internacionais) para levar os técnicos para ilha do Sal para reparar o avião que retomou as operações na sexta-feira.

Nos seus discursos no lançamento da marca, tanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, como o ministro Carlos Santos destacaram a questão da diversificação e a pretensão do Governo em transformar cada ilha num destino turístico.

Ora para a diversificação do turismo e fazer com que as outras ilhas que não sejam Boa Vista e Sal a receberem turistas, como pretende o Governo, os transportes interilhas, tantas áreas e marítimas são fundamentais.

Os dois governantes nos seus discursos não fizeram uma única referência aos transportes nem internacional e nem inter-ilhas.

Os jornalistas ainda tentaram no fim da cerimónia alguma declaração a questão dos transportes e saber qual a alternativa para melhorar a questão da conectividade e mobilidade das pessoas interilhas, uma vez que o país tem, neste momento, uma companhia que tem único avião, mas o primeiro-ministro disse que já tinha dito tudo no discurso e o ministro alegou mal-estar devido ao luto em que se encontra neste momento.

Entretanto, o presidente do Instituto do Turismo, Humberto Lélis, numa conversa com os jornalistas momentos antes do início da cerimónia reconheceu que a diversificação turística leva também à questão do aprimoramento dos transportes aéreos, internacionais e domésticos, mas também do transporte marítimo.

“Eu defendo que nós não devemos ter uma abordagem estática. Os problemas estão identificados. E eu creio que vai-se trabalhar fortemente no sentido da estabilização e da maioria dos transportes aéreos, sobretudo da componente doméstica. Nós, enquanto Instituto de Turismo, obviamente, não é parte, não é competência nossa, mas tratamos de entidade que tem a responsabilidade da promoção turística e da governança operacional do turismo. Obviamente, tanto que é algo que nós queremos que seja resolvido”, disse.

A nova Marca Turística do Destino Cabo Verde, representado por um coração com cores vivas retratando as 10 ilhas de Cabo Verde, e que tem com embaixador do artista Dino d’Santiago é a identidade que capta a diversidade das ilhas e promove o país como destino turístico, simbolizando a morabeza, a origem, a história, a cultura e a autenticidade do povo cabo-verdiano.

Visa fortalecer a imagem do destino, captar novos nichos de mercado cada vez mais conscientes da qualidade do produto turístico e interessados em viver experiências ambientalmente sustentáveis, em comunhão com as comunidades locais e em que as famílias e empresas cabo-verdianas possam ser igualmente actores na cadeia de valor.

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