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Contas públicas com défice de 1, 525 milhões de escudos até fevereiro
Economia

Contas públicas com défice de 1, 525 milhões de escudos até fevereiro

As contas públicas de Cabo Verde registaram um défice de quase 1.525 milhões de escudos (13,8 milhões de euros) até fevereiro, equivalente a 0,8% do PIB estimado para 2022, segundo dados do Ministério das Finanças.

De acordo com o relatório síntese da execução orçamental até fevereiro, a que a Lusa teve hoje acesso, este desempenho continuou a ser condicionado pelas consequências económicas da pandemia de covid-19, mas com as receitas a subirem 30% face a fevereiro de 2021, bem como as despesas, em 8,4%.

O défice equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro compara com os 1,3% no mesmo mês de 2021, então superior a 2.302 milhões de escudos (20,9 milhões de euros), segundo os dados do relatório. Trata-se ainda de um ligeiro agravamento face ao mês de janeiro deste ano, com um défice de 1.049 milhões de escudos (9,5 milhões de euros), equivalente a 0,6% do PIB cabo-verdiano.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, e um crescimento de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística, prevendo o Governo um crescimento de 6% este ano.

No Orçamento do Estado para 2022, o Governo inscreveu uma previsão de défice das contas públicas de 6,1% de um PIB - toda a riqueza produzia no país – esperado acima de 188.945 milhões de escudos (1.705 milhões de euros), face aos 176.960 milhões de escudos (1.597 milhões de euros) projetados para 2021.

O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, afirmou anteriormente que o Orçamento de 2022 será um dos "mais desafiantes da história" do arquipélago, devido à crise económica provocada pela pandemia, preparado num "cenário de grandes incertezas".

As contas públicas registaram um défice superior a 14.371 milhões de escudos (130 milhões de euros) em 2021, equivalente a 8,1% do PIB estimado, mas abaixo do previsto, segundo dados anteriores do Ministério das Finanças.

De acordo com o relatório da Conta Provisória do Estado no quarto trimestre, este desempenho continuou a ser condicionado pelas consequências económicas da pandemia de covid-19, embora com uma recuperação nas receitas totais, mais 1,8% face a 2020, e um aumento de 0,5% nas despesas.

O défice de 8,1% até dezembro compara com o défice de 8,9% no mesmo período de 2020, segundo os dados do mesmo relatório.

O país inverteu em 2020 – défice de 9,1% do PIB - a tendência decrescente dos seis anos anteriores, de diminuição do défice das contas públicas, segundo dados anteriores do banco central.

Nos últimos 10 anos, o saldo das contas públicas (anual) foi sempre deficitário, com picos em 2012 (-10,3% do PIB) e 2013 (-9,3% do PIB), descendo até ao mínimo de -1,8% do PIB em 2019, antes da crise provocada pela pandemia.

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