O Banco de Cabo Verde vai aumentar em janeiro as principais taxas de juro em 50 pontos base, continuando a aproximação à zona euro, para tornar menos atrativa a saída de divisas, anunciou a instituição.
Já em novembro, o BCV tinha decidido um aumento de 25 pontos base.
“Perante fatores de incerteza, o banco central entende ser oportuna uma sinalização mais expressiva do pendor da política monetária”, informou, em comunicado a que a Lusa teve hoje acesso.
O diferencial de taxas tem representado uma oportunidade para os bancos do arquipélago aumentarem os ativos líquidos no exterior.
Mas o sistema financeiro de Cabo Verde precisa de proteger o nível de reservas em moeda estrangeira, porque o país depende dela para pagar as importações e suportar o câmbio fixo com o euro.
“As reservas externas (em moeda estrangeira) desempenham um papel crucial na credibilidade do sistema” e “as medidas de política monetária adotadas têm como objetivo dar continuidade às ações previamente implementadas pelo BCV, buscando reduzir, de forma gradual, o diferencial entre as taxas de juro internas e as praticadas na zona euro”, lê-se no comunicado.
Segundo o BCV, as reservas também foram afetadas por uma redução do investimento direto estrangeiro, em termos homólogos, no terceiro trimestre, queda que não compensou outros indicadores positivos da economia.
"O ‘stock’ de reservas internacionais líquidas (RIL) passou a garantir 5,6 meses de importações de bens e serviços estimadas para o ano de 2024”, acrescentou-se no comunicado.
De acordo com a mesma fonte, a taxa diretora (TRM) vai subir de 1,75% para 2,25%: a taxa das Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez (FPL) vai passar de 2% para 2,5%; a taxa das Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez (FPA) vai crescer de 1,2% para 1,7%; e a taxa de redesconto subirá de 2,75% para 3,25%.
O coeficiente das Reservas Mínimas de Caixa (DMC) vai manter-se em 10%. A próxima reunião do Comité de Política Monetária de Cabo Verde está agendada para 25 de fevereiro de 2025.
Comentários