O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse hoje que o poder político tem de saber gerir os "sinais e insatisfações" para poder manter "razoável a satisfação" nacional, social e regional.
O líder do Movimento Sokols ficou “muito satisfeito” com a adesão dos sanvicentinos à manifestação a pedir voos da Cabo Verde Airlines, mas prometeu “outras formas de protesto” caso não houver “resposta do Governo”.
1. Nestas últimas semanas, Cabo Verde inteiro foi apanhado totalmente de surpresa com o Governo, pública e despudoradamente, a tentar manipular dois conceitos, duas palavras, tão elementares como o são “administrativo” e “político”. Numa tentativa de enganar os caboverdeanos sobre quais é que são as responsabilidades do Governo e as responsabilidades de administradores de empresas, ainda mais grave – empresas públicas –, ou seja, sob a responsabilidade direta do Governo. Note-se que essa tentativa de enganação vem a público no momento em que o Governo está apressado...
Muitos podem até atirar a cara para o lado, a fingir que tudo vai bem, mas temos por certo que não passa despercebido ao cabo-verdiano mais distraído, o estado anedótico em que o atual poder tem estado a colocar o país.
Finalmente chegou a notícia que todos estávamos à espera. Mesmo aqueles que alimentavam (e ainda alimentam) um suposto nacionalismo exacerbado, por razões meramente ideológicas, sabiam que a situação dos transportes aéreos em Cabo Verde não podia continuar como dantes.
Escrevemos estas linhas a propósito da afirmação do Primeiro Ministro de Cabo Verde de que os voos internacionais de e para São Vicente, não é um assunto do foro político, nem administrativo e, portanto, não é assunto do Governo.
É no mínimo estranho esta estratégia, quase que mórbida, dos contendores da arena política cabo-verdiana, em tentar surfar toda e qualquer onda do momento, que se julga poder trazer algum ganho político, por pequeno que seja, sem ter a mínima preocupação com os superiores interesses da Nação.