A Procuradoria-geral da República acaba de emitir um comunicado no qual confirma o arquivamento do processo que investigava a morte de Zezito Denti d’Oru, mas admitiu a existência de um processo separado contra três agentes da Polícia Judiciária, supostamente envolvidos nessa operação, mas por haver “indícios da prática dos crimes de inserção de falsidade em documento público falsidade por parte de interveniente em acto processual e violação de segredo de justiça”.
Um possível volte-face no processo, que já havia sido arquivado na semana passada pelo procurador Nilton Moniz, poderá transformar o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, e os inspectores que participaram na emboscada que originou o assassinato de Zezito Denti d’Oru, em arguidos de facto.
A juíza que preside o colectivo que julgou o advogado Amadeu Oliveira ao longo de 17 sessões profere o acórdão na quinta-feira, 10, às 09:30, 72 dias depois do início do julgamento, em 29 de Agosto.
O debate com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sobre a situação da justiça e a eleição dos órgãos externos ao Parlamento, deverão marcar a segunda sessão plenária de Outubro que arranca na próxima quarta-feira, 26.
O Ministério Público ordenou o arquivamento do processo-crime que a investigava as circunstâncias em que Zezito Denti d’Oru foi metralhado até à morte em Outubro de 2014, na Cidadela, Praia, por um grupo de operações da PJ, o que iliba todos os visados, agentes da judiciária (pelos menos três já haviam sido acusados) e, principalmente, o actual ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, de eventual julgamento.
A principal testemunha do assassinato de Zezito Denti d’Oru por um grupo de operações da Polícia Judiciária liderados à época, supostamente, pelo actual ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, foi ouvida no processo pela Polícia Federal dos Estados Unidos, o FBI, revelou o próprio em declarações ao jornal A Nação desta quinta-feira, 13, dia que se completam oito anos do chamado “homicídio de Cidadela”. O Ministério Público anuncia que “brevemente” haverá um despacho sobre o caso.
O Ministério Público (MP) propôs esta tarde de terça-feira, 11, uma pena única “não inferior” a sete anos e seis meses de prisão efectiva ao advogado Amadeu Oliveira, feito o cúmulo jurídico, enquanto a defesa pediu absolvição do mesmo de todos os crimes. A leitura do acórdão ficou marcada para o dia 10 de Novembro.