...cumprida a etapa da independência e a passagem do partido único para o multipartidarismo, com a realização de eleições abertas a cidadãos, grupos de cidadãos e partidos políticos, resultando num aprofundamento da democracia, há que se chamar a atenção para os riscos e desafios que a própria democracia enfrenta, entre os quais, um dos riscos maiores que consiste no surgimento de posições que defendem o não respeito pelos resultados saídos das urnas, através da combinação entre instituições para desferirem golpes e ataques a outras instituições legitimamente eleitas...
Quem enterrou milhares de recursos públicos num suposto mercado – esse sim, inexistente!!! – não deveria ter direito ao acesso a qualquer outro cargo político nem público, no mínimo, por dois mandatos em qualquer país civilizado e que preze pela constituição de um estado de direito democrático sério que respeita os direitos dos seus cidadãos!!!
O ministro das Finanças, Olavo Correia, desmentiu hoje o desaparecimento dos documentos sobre os Fundos do Ambiente e do Turismo, dentro do seu gabinete, garantindo que estão todos arquivados digitalmente e que não há nada a temer.
O presidente do PAICV exigiu hoje do Governo responsabilização política sobre as irregularidades e ilegalidades detectadas nos Relatórios de Auditorias ao Fundo do Ambiente, salientando que finalmente o ministro das Finanças admite ter homologado os “célebres relatórios”.
O presidente do PAICV disse hoje, com ironia, que o primeiro-ministro não se sente incomodado com o facto de o ministro das Finanças, Olavo Correia, “ter escondido, por um ano e cinco meses, um relatório que deveria ser do conhecimento de todos”. E acusou Ulisses de fugir dos relatórios da Inspecção-geral das Finanças sobre o Fundo do Ambiente e Fundo do Turismo porque o dossiê é um “grande escândalo, compromete seriamente” o Governo e expõe “uma série de irregularidades e intransparência” na gestão da coisa pública.
Perante o silêncio da comunicação social ante a sucessão de escândalos administrativos e políticos parece que houve uma “feudalização” da suposta “democracia” e a transfiguração da legitimidade do poder de origem divina dos senhores feudais em boletins de voto, urnas e “eleições” credenciadoras da perpetuação do poder e sucessões hereditárias!
O PAICV denunciou hoje aquilo que considera “sistemática e intencional sonegação de informações” e acusou o Governo de esconder relatórios para proteger pessoas de afinidades políticas e partidárias.