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Morreu Liu Xiaobo, Nobel da Paz e dissidente chinês
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Morreu Liu Xiaobo, Nobel da Paz e dissidente chinês

Primeiro chinês a ganhar um Prémio Nobel da Paz morreu esta quinta-feira, aos 61 anos, vítima de cancro no fígado. Liu Xiabo era um símbolo da luta pela democracia na China.

O escritor Liu Xiaobo morreu esta quinta-feira. O dissidente chinês é o primeiro Nobel da Paz a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938 num hospital, detido pelos nazis.

Com 61 anos, Liu Xiabo era um símbolo da luta pela democracia na China. Após oito anos atrás das grades, foi transferido para um hospital de Shenyang, no nordeste do país, em liberdade condicional, depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no fígado em fase terminal.

A notícia da sua hospitalização foi dada no final de Junho e várias organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram que Pequim deixou que o seu estado de saúde piorasse antes de o tirar da prisão. As autoridades responderam que ele estava a ser acompanhado por especialistas reputados.

Antiga figura de proa do movimento democrático de Tiananmen, em 1989, o escritor e professor de literatura tinha dito que queria ser tratado no estrangeiro, algo rejeitado pelo regime comunista.

Este fim-de-semana, o hospital de Shenyang adiantou que uma viagem era perigosa no estado actual do paciente, mas um médico alemão e outro americano que o foram analisar consideraram possível a transferência.

Liu Xiaobo foi detido em Dezembro de 2008 e, um ano mais tarde, foi condenado a 11 anos de cadeia por subversão. Pequim acusava-o de ter co-escrito um manifesto, a Carta 08, que defendia eleições livres.

Foi atrás das grades que o dissidente soube que tinha ganho o Prémio Nobel da Paz por ter feito “um longo combate não violento pelos direitos humanos na China”. Na cerimónia da entrega do prémio, foi representado por uma cadeira vazia. Um galardão censurado pela imprensa oficial do seu país: Liu Xiaobo continua a ser um desconhecido para a maioria dos chineses.

Com RFI

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Redação