“Unitel T+ tem crescido e trazido valores para a sociedade nestes últimos cinco anos”
Entrevista

“Unitel T+ tem crescido e trazido valores para a sociedade nestes últimos cinco anos”

Palavras de Inoweze Dias Ferreira, Diretor Geral e Administrador da UNITEL T+, empresa líder de mercado da internet em Cabo Verde. 

Em novembro de 2012 a UNITEL Internacional adquiriu em Cabo-Verde a T+, empresa de telefonia móvel até então detida por um consórcio franco-senegalês. Nessa altura tinha 24% da quota do mercado cabo-verdiano. Seis anos depois o número quase duplicou, com os atuais 42% de domínio do sector. Soma-se ao dado um detalhe adicional: é líder no quesito prestação de serviços de internet. Está presente em todas as ilhas habitadas do arquipélago onde tem 23 lojas e mais de 3200 pontos de venda. A sua notoriedade tem sido forte, fazendo-se valer pela sua estratégia de promoção e divulgação da marca, pela parceria em diferentes atividades culturais, desportivas e sociais garantindo uma participação ativa no dia-a-dia do cabo-verdiano. Falamos da UNITEL T+, empresa de direito cabo-verdiano liderada pelo angolano Inoweze Dias Ferreira. O administrador recebeu o Jornal de Angola na sede da empresa, na Cidade da Praia, para discorrer sobre desafios e perspetivas de crescimento.

É impressão nossa ou o serviço da UNITEL T+ é mais barato em Cabo Verde em relação a Angola?

São realidades distintas. Angola país extenso e com uma massa populacional maior, o que faz com que seja muito mais caro fazer chegar a rede a todo o país. Enquanto que Cabo Verde é um país com uma infraestrutura mais consolidada. Objetivamente falando, o Governo de Cabo Verde tem procurado, com sucesso, criar uma dinâmica de desenvolvimento que tem permitido que o país tenha uma infraestrutura mais consolidada, melhor abrangência energética, estradas desenvolvidas e muito mais, permitindo assim que seja, relativamente, mais fácil fazer chegar a rede móvel às localidades, mesmo sabendo que alguns constrangimentos existem.

Quer dizer que realidade condiciona e determina a política de preços? Quais são as diferenças entre a matriz e a UNITEL T+?

Entramos no mercado assentes em princípios de não discriminação, orientação para os custos e razoabilidade dos capitais próprios compatível com os padrões internacionalmente aceites e que determina a política de preços. Repare, se os custos são mais altos, naturalmente vai tender aos preços, também, serem mais altos. A UNITEL têm, normalmente, este princípio como estratégia, e em Cabo Verde não é diferente. Portanto, os preços são orientados pelos princípios dos custos e a sua operacionalidade.

Qual é a estrutura societária da empresa?

É uma empresa de direito cabo-verdiano em que a sua estrutura acionista pertence à UNITEL Internacional.

Como contextualiza a inserção da UNITEL T+ no mercado local?

A maturidade do mercado cabo-verdiano ajuda bastante. Abro um parêntesis para citar, a título de exemplo, que Cabo Verde tem uma democracia muito consolidada, já tem uma legislação de autarquias há alguns anos, enquanto em Angola só hoje falamos da gestão independente das administrações municipais. Angola pode tirar proveito da experiência de Cabo Verde, temos aqui uma mais-valia para o intercâmbio de “know how”, de formação de quadros e principalmente em matéria de cooperaçao económica, nomeadamente da proteção dos investimentos, quer na promoção de novos que possam surgir nos próximos tempos mais de concreto, no ramo do turismo, transportes e o sector energético, alias muito recentemente o governo publicou uma listagem de empresas publicas passiveis de serem privatizadas em 2018.

Qual é o volume de negócios da empresa e a sua abrangência em Cabo Verde?

A UNITEL T+ já está há 10 anos no mercado local. A empresa detém atualmente 42% do mercado de Cabo Verde que só tem duas operadoras de telefonia móvel, designadamente a UNITEL T+ e a CVMóvel que pertence ao grupo CVTelecom que é constituída por 3 empresas: CVTelecom, CVMultimedia e CVMóvel. A nossa empresa entrou no mercado em 2012 quando a UNITEL Internacional comprou a T+, que pertencia a um consórcio franco senegalês. No momento da aquisição a T+ detinha 24% de quota do mercado. Desde então, fruto da estratégia da empresa e em conformidade com a matriz, a empresa tem crescido e trazido valores para a sociedade cabo-verdiana nestes últimos cinco anos, com uma aposta forte nos segmentos de serviço móvel e internet, para além de estarmos a fazer um investimento grande na nossa rede. Portanto, era importante fazer chegar o sinal em todas as ilhas, de Santo Antão à Brava.

Por ser um país insular o normal funcionamento dos serviços de comunicações eletrónicas depende diretamente da robustez e a fiabilidade da rede de fibra inter ilhas que liga as dez ilhas do arquipélago num anel de fibra, contribuindo assim para coesão territorial, na qual existem constrangimentos próprios desta condição territorial. Naturalmente, encontramos em todas elas desafios que se colocam às operadoras para puder aceder a estas ligações e ligar os cabo verdianos, porque o nosso negócio exigi-nos chegar a todas as pessoas, famílias e empresas.

Com tudo isso a empresa tem gerado empregos diretos e indiretos e tem contribuído, também, para o aprimoramento da formação de quadros cabo-verdianos na área das telecomunicações e áreas afins.

Respondendo à sua pergunta digo que o negócio das telecomunicações tem uma contribuição para o PIB de 5%, na qual a Unitel T+ gera uma quota acima dos 30%.

Pode precisar a percentagem de trabalhadores cabo-verdianos?

98% dos trabalhadores são cabo-verdianos, com igual taxa de quadros jovens. A taxa média de idade é de 29 anos. O nosso funcionário mais velho, o nosso “cota”, é o senhor Évora. Em termos de paridade de género temos um equilíbrio. E 42% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres e estão a gerir em diferentes áreas. Este é um sinal claro da força das mulheres cabo-verdianas que, naturalmente, têm permitido que a UNITEL T+ contribua para que o país cumpra com um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres.

Também, posso dizer que estamos na linha da frente, pois a UNITEL T+ é uma empresa que deu um contributo muito grande a Cabo Verde na democratização dos serviços, quer de telefonia móvel quer de internet, também trouxe um valor acrescentado na área da inovação, tem feito um investimento grande em projetos de responsabilidade social e um investimento nas nossas pessoas.

Hoje a nossa operadora já é a líder de mercado no segmento da internet. A realidade resulta da estratégia que visou estar em todo lado, ter um nível de qualidade muito acima da média e ser uma marca de inclusão e reconhecida por todos os cabo-verdianos e hoje vêm os frutos deste investimento.

Quantos angolanos trabalham aqui em Cabo Verde?

Somos 3 angolanos. Eu como Diretor Geral, a diretora de Marketing e a subdiretora de Serviços Gerais. Ainda, contamos com um subdiretor de Plataformas e serviços que é de Madagáscar e um senegalês que é técnico de Radio. Os restantes membros da equipa são caboverdianos. Somos uma empresa multicultural.

Em quantas das nove ilhas de Cabo Verde a operadora presta serviços?    

Estamos presentes nas 9 ilhas habitadas e em todas existe presença direta da UNITEL T+ que conta com 23 lojas a nível nacional e mais de 3200 agentes que comercializam os nossos produtos e serviços. Somos a empresa com a maior rede comercial do Pais.

Está a dizer que a operadora é líder em prestação de serviços da internet no arquipélago?

Sim somos líderes, segundo os últimos dados publicados pelo regulador, ANAC.

Sempre procuramos chegar primeiro a todas as ilhas e oferecer serviços móveis em primeira mão, possibilitando as pessoas poderem falar ao telemóvel e conectarem-se à internet. Esta liderança, também, é fruto da nossa aposta, desde sempre, na inovação e na preocupação em oferecer ao mercado produtos e serviços acessíveis a todos e que são percetíveis aos clientes como os melhores e que vão de encontro às suas reais expectativas. Para além disso, contamos com uma grande dinâmica comercial e técnicos altamente qualificados. Daí advém o nosso sucesso.

Que relação existe entre a UNITEL T+ a CVTelecom?

A relação é boa. Eu costumo dizer que a relação existente entre as empresas que controlam o mesmo mercado tem que ser de parceria. Tem que ser uma relação de colaboração porque os desafios que enfrentamos no sector das telecomunicações transcendem interesses comerciais de uma ou de outra empresa.

A estrutura do mercado não sofreu alterações significativas nos últimos anos: o Grupo CVT, o operador histórico com participação do estado, detém operações em todos os segmentos de mercado – televisão, dados, internet e móvel – e é a entidade Concessionária das infraestruturas básicas e essenciais, cuja replicação não é e NUNCA será economicamente viável.

Essas infraestruturas incluem a rede terrestre (condutas, postes, rede de cobre e de fibra), as ligações que ligam todas as ilhas por fibra e as estações de cabos submarinos, que asseguram o acesso à capacidade internacional.

No entanto, nos últimos anos verifica-se uma crescente integração horizontal das empresas do Grupo CVT. Esta integração horizontal está a acelerar o processo de convergência no mercado de Cabo Verde, sendo de esperar uma crescente presença no mercado por um vasto leque de ofertas em pacote todos eles do Grupo CVT.

Porém, neste movimento, o Grupo CVT tira partido de inoperância do regulador numa matéria estrutural no Setor. Este incumprimento é particularmente grave por não estarem reunidas condições para a Unitel T+, ou qualquer outro potencial concorrente disponibilizarem ofertas com estas características, situação que terá sido ponderada pelo legislador ao introduzir limitações desta natureza na redação da Lei de Base 7/2005 ( lei que regula o sector das telecomunicações em Cabo Verde), situação está ,em risco de ser alterada com a introdução de um novo decreto legislativo.

Contudo UNITEL confia que o Governo de Cabo Verde esta bastante atento, mesmo sendo uns dos principais acionista da CVT e tem dado sinais muito positivos em matéria do sector, e se manterá fiel aos princípios da economia de mercado, aos acordos internacionais onde a garantia de condições para uma concorrência leal e equilibrada se assume como um pilar fundamental

Existe algum segredo para o êxito da estratégia empresarial em Cabo Verde?

Sabe qual é o segredo? São as pessoas, este é o maior segredo da UNITEL T+ porque desde o primeiro momento achamos que as empresas são feitas por pessoas e se não cuidarmos dos nossos colaboradores corremos o risco de sermos malsucedidos. Acho que não há uma fórmula mágica para isso.

A empresa dá às pessoas a possibilidade de crescer e de desenvolver melhor as suas competências. Tivemos uma preocupação muito grande em Angola e aqui é igual, em termos de recursos humanos. Estamos entre as empresas que mais investe em formação, desenvolvimento e capacitação.

A UNITEL tem a capacidade de realizar os nossos sonhos. Esta empresa faz parte da minha vida profissional. O que consegui alcançar é fruto do trabalho e do percurso que tive em Angola e posteriormente aqui. Essa é a visão das pessoas que aqui trabalham e, claramente, da acionista da empresa. Onde a UNITEL estiver há uma aposta muito grande na formação e no crescimento dos seus quadros. A questão é que em vez de pensarmos o que a empresa pode fazer por nós, mas sim o que nós podemos fazer pela empresa. Foi um pouco esta a mensagem e a capacitação que temos vindo a dar aos colaboradores que faz com que a empresa tenha podido criar uma cultura inclusiva e afetiva que toca os consumidores. Esta energia, esta paixão e humildade que passamos aos nossos clientes estão assentes em valores como o compromisso, a confiança, a colaboração e a competência, permitindo a construção de uma cultura muito harmoniosa.

E por outro lado a nossa obsessão em diferenciar pela inovação patrocinando iniciativas de pequenas e medias empresas nacionais quer sejam do sector das ICT, que sejam relacionadas com outras aéreas de actividade como seja o exemplo da cultura e da musica.

O que tem a dizer relativamente a interação entre gestores e colaboradores?

É muito interessante. Primeiro vêm as pessoas porque as empresas são feitas de pessoas. É importante estar com elas, sentir o que pensam e como agem e isto faz com a UNITEL esteja próxima dos acontecimentos.

Por promover esta cultura de proximidade, tem-se procurado criar oportunidades em que a partilha, as discussões, as trocas de experiências estejam sempre presentes e façam parte do nosso dia-a-dia. Para além da convivência laboral diária entre nós, aproveitamos momentos e datas importantes para estarmos mais juntos. Por exemplo: no dia 1 de Maio fizemos atividades em todas as ilhas, e cada membro da minha equipa de gestão estive com as equipas pelo pais a fora, fizemos caminhadas, picnics e convívios.

Ainda, existe um movimento muito forte para o engajamento dos colaboradores nas causas sociais, este estímulo interno faz-se sentir cada vez mais, tanto que temos um grupo desportivo chamado GDU- Grupo Desportivo Unitel, formado pelos nossos colaboradores e sempre que há um evento desportivo este tem de ter a vertente de responsabilidade social. Por exemplo: quando fazemos minicampeonatos em que contamos com a participação de várias empresas solicitamos a contribuição de todas em géneros alimentícios não perecíveis e montamos cestas básicas para oferecer à população de alguma pequena comunidade. Desenvolvemos ações internas de angariação de donativos para ajudar comunidades, crianças e idosos. Quando inauguramos uma nova loja, fazemos sempre alguma ação social, oferecendo um cheque-brinde como contribuição para uma determinada instituição. A vertente social que temos tende a enquadrar-se no nosso negócio porque só conseguimos gerar valor se também conseguimos trazer valor para a sociedade, em particular para as comunidades mais vulneráveis.

Em que pilares assenta a materialização da responsabilidade social que parece ser um dos eixos de atuação da UNITEL?

A Luísa tocou no nosso ADN, tocou no nosso coração, naquilo que nos move. O grupo UNITEL tem uma preocupação acentuada com a responsabilidade social desde o início da sua implantação aqui no arquipélago. Em 2014 criamos um programa chamado Cruz Laranja, A Nossa Forma de Ajudar, cujo objetivo consiste, única e exclusivamente, em ajudar quem mais precisa. No âmbito deste programa, ao longo destes 5 cinco anos, desenvolvemos várias ações nas vertentes da educação, saúde, cultura e ambiente.

Apoiamos projetos como o transporte escolar, refeições quentes nas escolas, promovemos a saúde oral nas escolas do país, concedemos bolsas de estudo a estudantes universitários mais carentes, material escolar a crianças necessitadas, juntamo-nos à luta contra a violência baseada no gênero, recuperamos escolas degradadas, apoiamos entidades, como as Aldeias SOS, que se dedicam a ajudar crianças em situações de risco. Também, temos contribuído para a preservação do meio ambiente em que uma das causas que temos apoiado é a preservação da tartaruga. A lista é grande de apoios a entidades, associações, pessoas que a Unitel T+ tem feito questão de estar perto para que juntos possamos contribuir para trazer um sorriso aos que precisam e, ainda tentar ajudar o governo a diminuir a exclusão social através da tecnologia.

Ao proporcionar maior acessibilidade aos serviços e às oportunidades socioeconómicas no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Sociedade de Informação, promovido pelo Governo de Cabo Verde, a UNITEL T+ contribuiu para o crescimento da economia digital no país, promovendo o desenvolvimento sustentado e a redução da pobreza e das desigualdades.

Fizemos muitos investimentos relativamente à Sociedade de Informação, em que financiamos o programa Mundu Novu oferecendo Smartphones e computadores a inúmeros professores e alunos, equipamos salas multimédia por todo o país, colaboramos com a Telemedicina oferecendo computadores e conetividade, facultamos ao mercado a possibilidade de aquisição de smartphones, tablets e pens de internet a um preço bastante reduzido, em que subsidiamos estes equipamentos, tudo isso para que houvesse maior acesso e conectividade para todos.

Ainda, vale informar que, o nosso empenho para esta causa é tão grande e faz parte de nós que já executamos 75% do plano da Sociedade de Informação e antecipamos o que deveria ser concluído em 2026.

Pode ser mais específico em relação ao contributo para promoção da música?

A UNITEL T+ tem contribuído para a promoção artística ao promover a internacionalização da música cabo-verdiana e de muitos artistas. Destaco o patrocínio aos CVMA – Cabo Verde Músic Awards, um dos maiores eventos culturais e de promoção da música e dos artistas cabo-verdianos realizado no país com repercussão fora dele. Ainda, temos vindo a patrocinar os principais festivais do país, trazendo a música nacional e internacional para junto da população, principalmente os jovens.

Ainda, dentro deste engajamento, acabamos de lançar a App Muska que é o primeiro aplicativo de música existente em Cabo Verde e 100% desenvolvida por profissionais deste país, e temos feito um trabalho para que a música cabo-verdiana aí esteja e que os músicos sintam que este é mais um canal de promoção do belíssimo trabalho musical que têm vindo a fazer ao longo dos anos. Todo o cabo-verdiano respira música no seu dia a dia então faz todo o sentido para nós ter uma plataforma dedicada à música.

No nosso negócio previmos estas ações acima apontadas e muitas outras que têm sido levadas a cabo que nos trazem maior notoriedade e maior ligação à marca então, hoje o consumidor gosta mais da Unitel T+. Ao ter internet os nossos clientes vão desejar que seja mais rápida, depois vão querer assistir vídeos, filmes. Quer dizer que o consumidor está sempre a evoluir. Há muitos cabo-verdianos que estudaram fora do país e conhecem outras realidades e isso torna o mercado mais exigente, mais atento e mais competitivo.

Esses consumidores ajudam a compor um perfil de consumo…de exigência…

Sim, eles voltam sempre. Jovens que estudaram nos Estados Unidos da América, Brasil, Portugal, Holanda e em outros países nos diversos ramos do saber regressam à terra natal. Estes, quando regressam a Cabo Verde, encontram na Unitel T+ a oportunidade de conseguirem o seu primeiro emprego.

Também, temos um programa de estágio destinado a jovens recém-formados ou em formação que permitir-lhes aprender e contribuir numa empresa grande e que muito tem para oferecer como know how e experiencia por forma a ajudá-los a ganhar competências para mais facilmente ingressarem o mercado de trabalho ou até mesmo serem recrutados pela Unitel T+, como tem vindo a acontecer com muito frequência, pois estamos atentos à descoberta de talentos.

Dentre os projectos de monta para o futuro da empresa quais são os merecedores de maior destaque?

Nós temos inúmeros projetos. Estamos a preparar o lançamento de novos serviços e e diversificar o nosso portfolio indo ao encontro das necessidades das famílias, em casa ou em qualquer lugar.

Destaco um que vai culminar com o lançamento, muito brevemente, das Ilhas Digitais, uma vez que que temos aqui dispersão territorial. Ainda, há algumas assimetrias regionais já que o poder de compra que o cidadão da Ilha do Sal tem não é o mesmo que o do cidadão da Brava ou São Nicolau. A UNITELT+ tem um projeto que os pode ligar através das tecnologias criando assim o conceito de Smart Islands que tem por objetivo tornar as ilhas mais inteligentes, mais inclusivas e mais conectadas.

O primeiro passo já foi dado, é permitir que o acesso e a conectividade estejam disponíveis para todos. O segundo foi termos conseguido criar valor económico com isto, para o desenvolvimento do país. Conseguimos criar dentro da ilha digital uma economia muito mais produtiva. Acho que esse grande projeto no qual estamos a trabalhar vai permitir a todos e, principalmente, ao governo e aos agentes económicos, uma inclusão digital muito maior do que a atual. Estamos muito comprometidos com a implementação deste projeto em Cabo Verde que vai culminar com o lançamento da quarta geração de tecnologia.

Notas

Inoweze Dias Ferreira é um dos administradores executivos da UNITEL T+ cujo Conselho de Administração é presidido pelo cabo-verdiano Marco Bento. Embora sejam quase todos de nacionalidade angolana, Inoweze Dias Ferreira é o único residente em Cabo Verde, onde se sente bem acolhido e integrado. De 38 anos de idade, natural de Luanda, 12 anos de experiência em telecomunicações, é formado em relações internacionais e ciências políticas, tendo um MBA pela Escola de Negócios (London business school), onde foi alicerçar competências para alimentar o que chama “bichinho na gestão”.

Em Novembro do ano passado assumiu o desafio de consolidar a marca no arquipélago, aumentar os ganhos que transcendem os lucros monetários da empresa cuja “fórmula de sucesso” é o empenho da equipa integrada por 238 colaboradores diretos, dos quais 98% são cabo-verdianos, com a taxa média de idade estimada em 29 anos. A paridade de género é assinalável, havendo, de forma evidente, um equilíbrio de 50% homens e 50% mulheres. (Jornal de Angola)

 

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