O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu hoje a necessidade de se criar condições para fixar os jovens no país, numa altura em que muitos estão a ir para o exterior, sobretudo para Portugal.
"Nós estamos a viver num país de liberdade. A mobilidade é um facto, devemos criar cada vez mais condições para os jovens se sentirem felizes na sua terra, construindo família, trabalharem e criarem valores positivos para os outros jovens", respondeu Ulisses Correia e Silva, ao ser questionado na Praia sobre a saída dos jovens no país.
À margem do fórum jubilar dos jovens cabo-verdianos e no dia internacional da juventude, o primeiro-ministro reconheceu que o desemprego é ainda um "grande problema" em Cabo Verde e reforçou que é preciso criar mais condições, com um ambiente de segurança e dar oportunidades aos jovens.
"Temos estado a apostar fortemente no empreendedorismo jovem", apontou, sublinhando que o Governo tem investido em financiamento, formação, assistência técnica, protegendo os que têm necessidade de proteção, desde crianças e pessoas em famílias mais pobres.
Por outro lado, Ulisses Correia e Silva realçou que há também jovens a mudarem de atitude, que não esperam apenas pelo Governo, sendo atores proativos, procurando soluções, oportunidades e que tudo isso tem sido "muito positivo".
Em junho, o primeiro-ministro disse que a saída de jovens do país não acontece por falta de condições no arquipélago, mas motivada pela procura de novas oportunidades nos países de destino, particularmente em Portugal.
No sábado, em entrevista à Lusa, o presidente da Associação dos Jovens Empresários Cabo-verdianos (AJEC), Lenine Mendes, apontou a possibilidade de importar mão-de-obra devido à saída de jovens para o exterior, sobretudo para Portugal.
Lenine Mendes, disse que "todas as áreas” estão afetadas com a saída de mão-de-obra para o exterior, e que o “défice” faz-se sentir mais na construção civil e no turismo.
Em dezembro de 2023, Portugal anunciou que vai investir quatro milhões de euros nos próximos dois anos em centros de excelência para formação profissional em Cabo Verde, pretendendo chegar a cerca de 2.000 pessoas em diversas áreas, que depois poderão trabalhar em qualquer parte do mundo.
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