Os voos domésticos em Cabo Verde movimentaram quase 30.000 passageiros em agosto, renovando máximos mensais desde o início da pandemia de covid-19, segundo dados da Agência de Aviação Civil (AAC) compilados hoje pela Lusa.
De acordo com informação da agência que regula o setor em Cabo Verde, em agosto registou-se um movimento global de 58.719 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país. Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento equivalente a 29.360 passageiros em voos domésticos num mês.
Este movimento compara com os 18.233 passageiros em agosto de 2021, período ainda afetado pelas restrições impostas devido à pandemia, e com quase 27.000 em julho de 2022, o mês anterior à última atualização feita pela AAC e consultada hoje pela Lusa.
Contudo, o desempenho em agosto ainda está longe do mesmo mês de 2019, antes dos efeitos da pandemia, quando as ligações aéreas domésticas movimentaram num mês mais de 48.200 passageiros.
Desde o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, o movimento mensal mais elevado tinha sido registado em abril passado (18.335), depois em junho (20.826), seguiu-se julho (26.758) e agora um novo recorde em agosto.
O movimento de agosto de 2022 contabilizou ainda 1.010 voos domésticos em Cabo Verde, contra os 706 no mesmo mês de 2021.
Os voos domésticos eram operados desde 17 de maio de 2021 apenas pela angolana BestFly, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo cabo-verdiano. A partir de 24 de outubro, a BestFly passou a operar apenas com a Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV, companhia que adquiriu em julho de 2021), terminando o regime de concessão emergencial.
Evidenciando a recuperação do movimento aéreo – e da procura turística -, o total de passageiros transportados em agosto passado voltou a ultrapassar também os 19.904 transportados em março de 2020, mês já parcialmente afetado pela aplicação das medidas de restrição para travar a transmissão da covid-19.
Este movimento compara também com a ausência de ligações domésticas comerciais de abril até 15 de julho de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão inicial da covid-19 no arquipélago.
O grupo angolano BestFly comprou há mais de um ano 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30% com o Estado cabo-verdiano, e concentrou as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não operava voos comerciais desde 16 de maio de 2021.
Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados então apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19, e em 2021 subiu para 143.876 passageiros.
Os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram em 2017 o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.
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