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Emigrantes cabo-verdianos enviaram quase 201 milhões de euros de Janeiro a Setembro de 2022
Economia

Emigrantes cabo-verdianos enviaram quase 201 milhões de euros de Janeiro a Setembro de 2022

Os emigrantes cabo-verdianos enviaram para o arquipélago um recorde de quase 201 milhões de euros de janeiro a setembro de 2022, um aumento de quase 7% face a 2021, conforme dados compilados hoje pela Lusa.

De acordo com dados de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), essas remessas subiram de 20.718 milhões de escudos (188 milhões de euros) nos primeiros nove meses de 2021 para quase 22.131 milhões de escudos (200,8 milhões de euros) no mesmo período do ano passado.

Trata-se de uma média diária equivalente a 735 mil euros em remessas que chegaram a Cabo Verde, quando no período anterior de 2021 rondou os 688 mil euros.

A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o Governo estimou recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vivem na Europa e Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.

Nos primeiros nove meses de 2022 os emigrantes cabo-verdianos nos EUA voltaram a liderar no envio destas remessas para Cabo Verde, com um recorde de mais de 7.714 milhões de escudos (70 milhões de euros), seguidos dos que vivem em Portugal, mas que neste caso caíram para 5.768 milhões de escudos (52,3 milhões de euros).

As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago já tinham aumentado 22,1% em todo o ano de 2021, para um recorde superior a 25.833 milhões de escudos (232 milhões de euros), segundo dados anteriores do banco central.

Em todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 21.142 milhões de escudos (190 milhões de euros), que foi então um novo recorde, aumentando praticamente 3,5% face ao ano anterior.

Entre o total de remessas em divisas enviadas em 2021 lideraram, tal como no ano anterior, as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos EUA e em Portugal, que totalizaram, respetivamente, 8.596 milhões de escudos (77,2 milhões de euros) e quase 6.749 milhões de escudos (60,6 milhões de euros).

A Lusa noticiou anteriormente que as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em Portugal caíram quase 14% em 2020, sendo ultrapassadas pelas provenientes de França e dos Estados Unidos da América.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu no final de 2020, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou.

O governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.

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