A assembleia-geral da empresa Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), privatizada e transformada comercialmente em Cabo Verde Airlines (CVA) em 2019, foi cancelada por causa das negociações existentes ainda entre os acionistas, disse esta quinta-feira, 23, à agência Lusa fonte oficial.
Segundo a mesma fonte, a assembleia-geral extraordinária que estava marcada para esta quinta-feira, na cidade da Praia, foi cancelada na quarta-feira à noite, porque os acionistas ainda estão em negociações, quanto ao novos membros dos órgãos sociais.
De acordo com o edital da convocatória da reunião, os acionistas - Estado, investidores islandeses e grupo Icelandair, além de emigrantes e trabalhadores da companhia – eram ainda chamados a “deliberar” no mesmo sobre a remuneração dos membros dos órgãos sociais.
A assembleia-geral já esteve marcada para 16 de março, mas acabou por ser suspensa devido à pandemia de covid-19.
A atual Cabo Verde Airlines (CVA) anunciou em 05 de fevereiro, em comunicado, que Erlendur Svavarsson é o novo presidente do conselho de administração da companhia, sucedendo a Jens Bjarnason, que ocupou o cargo desde o início de 2019.
A mesma fonte da agência Lusa afirmou que mantém a mesma equipa liderada por Erlendur Svavarsson, que era vice-presidente sénior de vendas e ‘marketing’ da Loftleidir Icelandic desde 2010 e também trabalhou para a Loftleidir Icelandic e outras empresas da Icelandair em várias funções seniores e como membro de conselhos de administração desde 2003.
Era também membro do conselho de administração da CVA desde o início de 2019, tendo estado envolvido no processo de privatização da companhia aérea CVA.
A companhia cumpre mais de quatro meses (desde 19 de março) de paragem, com todos os voos comerciais suspensos devido à interdição de ligações aéreas internacionais decidida pelo Governo cabo-verdiano, para conter a propagação da covid-19.
A reabertura dos aeroportos cabo-verdianos chegou a estar prevista para este mês, tendo a CVA programado para 01 de julho o primeiro voo, para ligar a Paris, mas o Governo decidiu prolongar a interdição até agosto.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
O grupo Icelandair, que lidera a CVA, continua a assumir a necessidade de contrair um financiamento de longo prazo para assegurar a viabilidade da companhia cabo-verdiana.
O Governo concluiu este ano a venda de 10% das ações da CVA a trabalhadores e emigrantes, mas os 39% restantes, que deveriam ser alienados em bolsa, a investidores privados, vão para já ficar no domínio do Estado, decisão anunciada pelo executivo devido à situação da companhia, afetada pela pandemia.
A CVA transportou quase 345 mil passageiros no primeiro ano após a privatização (01 de março de 2019 a 28 de fevereiro de 2020) de 51% da companhia, um aumento de 136% face ao período anterior, segundo dados fornecidos em maio à Lusa pela empresa.
Com Lusa
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