Cabo Verde é um dos primeiros 37 países de seis regiões que vão receber financiamento do Banco Mundial, no âmbito do fundo pandémico para aumentar a capacidade de resistência a futuras pandemias, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a representação do Banco Mundial em Cabo Verde avançou que o conselho de administração aprovou as subvenções na quarta-feira, no âmbito da sua primeira ronda de atribuições de financiamento em 37 países de seis regiões.
Segundo a mesma fonte, os projetos selecionados receberão financiamento para reforçar a vigilância das doenças e o alerta precoce, os sistemas laboratoriais e os recursos humanos, no âmbito da abordagem “Uma Saúde” (“One Health”).
A proposta de Cabo Verde foi elaborada por uma equipa multissetorial e multidisciplinar, com a participação de técnicos da Saúde Humana, Saúde Animal e Ambiental, nacionais e internacionais, tendo como documento de referência o Plano Nacional de Ação para a Segurança Sanitária 2022-2026, de onde foram selecionadas as atividades nas áreas de Vigilância, Laboratório e Recursos Humanos.
Nesta primeira ronda, o Fundo Pandémico recebeu 179 candidaturas de 133 países e, com base nas recomendações técnicas do Painel Técnico Consultivo (TAP) independente, selecionou 19 (11%) propostas, que beneficiarão 37 (28%) países de todas as regiões de atuação do Banco Mundial.
“O montante total da proposta é de cerca de 4 milhões de dólares americanos e contribuirá para melhorar o índice de segurança sanitária do país, o que irá repercutir positivamente em outros setores como a Economia e o Turismo, favorecendo o desenvolvimento nacional sustentável”, lê-se ainda na nota de imprensa.
Criado em setembro de 2022, e formalmente lançado sob a Presidência indonésia do G20 em Bali, Indonésia, em novembro passado, o fundo é o primeiro mecanismo de financiamento multilateral dedicado a conceder subvenções plurianuais para ajudar os países de baixo e médio rendimento a prepararem-se melhor para futuras pandemias.
O Fundo já angariou 2 mil milhões de dólares em capital inicial de 25 contribuintes soberanos e filantrópicos.
As propostas aprovadas dos países da África Subsariana, região com a maior procura de financiamento, representam cerca de 30% das subvenções atribuídas.
Para além de Cabo Verde, as propostas de Burkina Faso, Togo, Etiópia e Zâmbia também foram aprovadas.
Segundo informação anterior da instituição, o Banco Mundial é “um dos parceiros estratégicos de desenvolvimento de Cabo Verde”.
Contava no primeiro trimestre do ano passado com 11 projetos em execução no país, nas áreas do turismo, educação e desenvolvimento de competências, transportes, inclusão social, energia, economia digital, saúde, setor empresarial e acesso ao financiamento de micro e pequenas empresas, totalizando 223 milhões de dólares (203 milhões de euros).
Em junho de 2022, anunciou o financiamento com 30 milhões de dólares o desenvolvimento resiliente do turismo e economia azul no país, projeto que visa para melhorar a qualidade da oferta em várias ilhas em cinco anos.
Há uma semana, a instituição reafirmou a previsão de crescimento de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde em 2023, convergindo gradualmente para o seu potencial de 4,5%.
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