Banco Mundial alerta para fraco desempenho na implementação de projetos em Cabo Verde
Economia

Banco Mundial alerta para fraco desempenho na implementação de projetos em Cabo Verde

Uma responsável do Banco Mundial sublinhou, na Praia, a carteira "forte e diversificada" de projetos em Cabo Verde, mas alertou para o "fraco desempenho" na implementação de alguns, com o Governo a prometer rapidez e excelência.

A observação foi feita pela Diretora de Operações para Cabo Verde, Louise Cord, durante um encontro para a revisão conjunta da carteira de projetos financiados pelo Banco Mundial no arquipélago.

A responsável disse que o Banco Mundial tem uma carteira "forte e diversificada" de projetos em andamento em Cabo Verde, de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros), mas alertou que o país precisa ser "mais rápido" na implementação de alguns.

Louise Cord notou que isso faz com que o nível de desembolso do Banco Mundial seja de apenas 5%, quando deveria ser de, pelo menos, 9%.

A diretora apontou, por isso, algumas "ações concretas" para que Cabo Verde possa melhorar o desempenho na implementação do portfólio, bem como os níveis de desembolso.

Entre as ações está a avaliação mensal, reforço da capacidade nacional em áreas estratégicos, aumentar o apoio orçamental ao Governo, reforçar apoio ao capital humano e análise dos contratos e prazos dos projetos para evitar derrapagens.

O Banco Mundial tem projetos em andamento em Cabo Verde em setores como os transportes, turismo, desenvolvimento do setor privado e reforma das empresas do Estado e como novos projetos prioriza a educação e a qualificação dos recursos humanos, segundo Louise Cord.

O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que os projetos do Banco Mundial em Cabo Verde estão "todos em bom estado" e "com resultados", mas reconheceu que o país precisa "aumentar a velocidade" de implementação de alguns.

"Quero pedir a todos aqueles que intervêm nos projetos do Banco Mundial, nós temos que ter um bom desempenho", solicitou o também vice-primeiro-ministro, dizendo que as pessoas e as empresas querem melhor contexto para poderem empreender, mas que isso "não é compatível com atrasos e bloqueios".

"Temos de ter um bom desempenho. Temos que ter um sistema de seguimento de avaliação que permita responsabilizar aqueles que possam não estar a cumprir, mas também premiar os melhores", mostrou o governante.

Olavo Correia pediu a "colaboração de todos" para o país alcançar um "desempenho de excelência" ao nível da implementação dos projetos e também para que possa ter os desembolsos do Banco Mundial "no tempo certo".

"Mais do que os desembolsos, são os resultados para as ilhas, para as pessoas e para a empresas. Não podemos estar a montar um projeto para levar dois anos. É quase metade da governação. Temos de ser rápidos de parte a parte, de Cabo Verde, mas também do Banco Mundial" reforçou o ministro, que também tutela a Administração Pública cabo-verdiana.

Olavo Correia disse que, no futuro, haverá uma "aposta clara" no conhecimento, na conectividade do país e reforço da resiliência.

"Queremos concentrar o apoio do Banco Mundial por forma a que possamos construir uma massa crítica de jovens altamente qualificados e que possam produzir em Cabo Verde e que possam exportar para a sub-região e para o resto do mundo. Isso exige uma aposta muito forte na educação, mas também na formação profissional e no acesso às tecnologias de informação e comunicação", apontou o ministro das Finanças.

Olavo Correia salientou que o Banco Mundial tem sido um "parceiro forte" de Cabo Verde ao nível dos transportes e da conectividade e está a ultimar os processos relativos à privatização da Cabo Verde Airlines, mas também à concessão dos transportes marítimos.

Com Lusa

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