Ministério Público liberta detidos com cocaína em águas cabo-verdianas
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Ministério Público liberta detidos com cocaína em águas cabo-verdianas

O Ministério Público mandou libertar os sete cidadãos estrangeiros detidos a 01 de Abril numa operação das autoridades cabo-verdianas que levou à apreensão de quase seis toneladas de cocaína, carga avaliada em 350 milhões de dólares.

Segundo apurou Santiago Magazine, a decisão deve-se ao facto de se ter excedido o tempo legal, 48 horas, para a apresentação de arguido detido para primeiro interrogatório. 

A PJ de Cabo Verde anunciou na quarta-feira a apreensão de 5.668 quilogramas de cocaína numa embarcação de pesca “oriunda do Brasil”, detendo cinco brasileiros e dois montenegrinos, com o apoio da Marinha norte-americana.

Numa declaração lida à comunicação social pelo diretor nacional da PJ, Ricardo Gonçalves, após exposição da droga apreendida no porto da Praia e sem direito a perguntas alegando segredo de Justiça do processo, o responsável avançou que a operação aconteceu em alto mar, em 01 de abril.

A operação, disse, foi realizada pela Polícia Judiciária, através da Secção Central de Investigação de Tráfico de Estupefacientes, e foi realizada em conjunto com as Forças Armadas, através da Guarda Costeira, coordenada pelo Centro de Análise e Operações Marítimas - Narcóticos (MAOC-N).

“Contou ainda com a relevante colaboração da Polícia Federal do Brasil, da Drug Enforcement Administration, da Marinha dos Estados Unidos da América (EUA), da National Crime Agency do Reino Unido”, acrescentou o diretor nacional da Polícia Judiciária cabo-verdiana.

O diretor nacional da PJ não respondeu a perguntas dos jornalistas além da declaração lida, pelo que também não esclareceu os meios envolvidos na operação e o destino ou a bandeira do navio de pesca “oriundo do Brasil” que transportava a cocaína.

Explicou apenas que “sob a jurisdição de Cabo Verde, as autoridades policiais dos EUA e de Cabo Verde embarcaram e inspecionaram a embarcação”, tendo aprendido “5.668 quilogramas de cocaína”.

O paradeiro do navio de pesca com bandeira do Brasil abordado nesta operação conjunta, que transportava esta carga de droga, continua por esclarecer por parte das autoridades envolvidas na operação.

“Sob a jurisdição de Cabo Verde, as autoridades policiais dos EUA e de Cabo Verde abordaram e inspecionaram a embarcação, apreendendo cerca de 6.000 quilogramas de cocaína suspeita, com um valor de rua estimado em mais de 350 milhões de dólares [320 milhões de euros]”, lê-se no comunicado do Africom.

A maior operação antidroga em Cabo Verde aconteceu em 31 de janeiro de 2019, com a apreensão de 9,5 toneladas de cocaína em 260 fardos, num navio que navegava em alto mar com bandeira do Panamá e tripulação russa.

As autoridades cabo-verdianas, acrescentou na declaração de quarta-feira o diretor nacional da PJ, procederam ainda à detenção de sete indivíduos, cinco de nacionalidade brasileira e dois de nacionalidade montenegrina, a qual contou ainda com o “forte envolvimento do Ministério Público, e excelente apoio e cooperação da Polícia Nacional e das Forças Armadas de Cabo Verde”.

“É sabido que a descontinuidade territorial do arquipélago, a nossa vasta Zona Económica Exclusiva e os escassos meios materiais e humanos existentes para a fiscalização ativa, favorecem a utilização do arquipélago de Cabo Verde como país de trânsito do narcotráfico internacional”, destacou o responsável da PJ.

“Consciente desse facto, a Marinha dos EUA e a Guarda Costeira dos EUA têm tido uma excelente relação com Cabo Verde, com acordos bilaterais de aplicação da lei, permitindo o apoio ao combate à atividade marítima nas águas circundantes do arquipélago”, salientou Ricardo Gonçalves.

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