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Plano Nacional de Igualdade de Género e continuação de uma política errónea por parte do ICIEG e do Ministério que o tutela*
Ponto de Vista

Plano Nacional de Igualdade de Género e continuação de uma política errónea por parte do ICIEG e do Ministério que o tutela*

Eu acredito no homem, eu acredito na cura e na segunda chance, e se atentarem bem á nossa realidade, os crimes de VBG são quase sempre continuados, e os seus autores reincidentes, a falha esta no sistema também que não trabalha com estas pessoas, fixando apenas a atenção nas vítimas dos mesmos. E é neste aspecto que o ICIEG tem falhado, no seu propósito, que não é o de empoderar as mulheres apenas ,mas sim contribuir de facto para a igualdade e equidade entre os géneros, isso passa por empoderar as mulheres, sim verdade , mas não pode de forma alguma negligenciar os homens, deve sim educar empoderar os homens, de forma a não se tornarem agressores.

Dia 25 de novembro comemora-se o dia internacional para eliminação da volencia contra as mulheres, e foi o dia escolhido para a apresentação pública do PNIG(2021-2025) Plano Nacional de igualdade de Género.

Entendo a escolha da data, mas daí advem talvez um dos maiores erros cometidos pelo ICIEG desde a muito e pela sua tulela quando o assunto seja igualdade de género.

O ICIEG, Instituto Caboverdiano para Igualdade e Equidade de Género, não obstante alguns ganhos, merecedores de aplausos, tem falhado na sua missão principal que é promover a igualdade entre os géneros.

O Plano que agora vai ser socializado, apresenta como principais avanços e desafios : a Autonomia económica das mulheres , a autonomia do corpo, englobando a VBG ( Violencia baseada o Genero a Saude Sexual e reprodutiva e ainda a população LGBTIQ.

O Plano como tem feito o ICIEG ao longo dos tempos tem colocado o foco e todas as suas baterias no empoderamento das mulheres, antes que eu seja mal interpretada, não sou nem poderia ser contra o empoderamento das mulheres, mas ao fazer isso o ICIEG tem falhado na sua missão, e continuar a fazer isso,continuará a falhar na sua missão.

Vejamos por exemplo ,VBG, é um problema que nos afeta a todos, enquanto sociedade, homens e mulheres.

Não se pode exigir apenas da justiça que extermine este mal, é um problema que carece de soluções de carácter transversal, ir á raiz do problema.

Não se resolve com o endurecimento das penas e ou com o empoderamento das mulheres( maiores vítimas desde flagelo)

E aí o ICIEG tem falhado, porque foca exclusivamente na “Vítima” ,trabalha exaustivamente a vítima mas os números não decrescem de forma proporcional.

Porque? Porque neglegencia o seu papel e não trabalha o agressor. Negligência o seu papel de promotor da igualdade.

O Agressor é na maioria das vezes homens, jovens! Eles precisam e merecem atenção por parte do ICIEG, para igualar esta balança e fazer de facto uma irradiação deste mal que tanto nos afeta enquanto sociedade e que acoplado a ela vem tantas outras.

É preciso trabalhar o “agressor”, é preciso entender e trabalhar o facto de que há maior abandono escolar dos rapazes, porque estes são sempre em números esmagadores a maioria da população carcerária, porque eles são os que mais agridem, porque eles são cada vez menos no ensino superior.

Ao negligenciar o “agressor” não estaremos a resolver o problema da vítima, estaremos sim a contribuir para que haja cada vez mais e mais agressores. Focando apenas na vítima estaremos a fazer o trabalho pela metade, e não poderemos assim chegar a resultados que se esperam e são aceitáveis.

O Plano, não dispensa um único paragrafo, uma única vírgula sobre o empoderamento dos homens, os ditos “agressores” quando o assunto é VBG.

Eu acredito no homem, eu acredito na cura e na segunda chance, e se atentarem bem á nossa realidade, os crimes de VBG são quase sempre continuados, e os seus autores reincidentes, a falha esta no sistema também que não trabalha com estas pessoas, fixando apenas a atenção nas vítimas dos mesmos.

E é neste aspecto que o ICIEG tem falhado, no seu propósito, que não é o de empoderar as mulheres apenas ,mas sim contribuir de facto para a igualdade e equidade entre os géneros, isso passa por empoderar as mulheres, sim verdade , mas não pode de forma alguma negligenciar os homens, deve sim educar empoderar os homens, de forma a não se tornarem agressores.

Ninguem nasce agressor, somos fruto de uma sociedade, que pode nos acolher educar ou marginalizar e potenciar novos agressores, e com isso não quero de forma alguma tirar a responsabilidade das pessoas que tomam as suas decisões baseadas nas suas vontades.

Ainda estamos a tempo de trabalhar para o verdadeiro empoderamento e igualdade dos homens e das mulheres desta grande Nação que é Cabo Verde.

*Artigo publicado pela autora no facebook 

 

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