Cabo Verde caiu para a quarta posição no Índice Ibrahim de Governação Africana 2017, acentuando o comportamento dos últimos cinco anos, segundo o relatório divulgado esta segunda-feira, 20.
O país somou pontuação de 72.2 pontos num total de 100, contra 73 pontos no ano passado, tendo entrado para o grupo de países com “sinais de alerta”.
No topo da lista estão as Ilhas Maurícias, Seychelles e Botsuana, num total de 54 países africanos analisados.
Apesar de a tendência dos 10 anos desde 2007 ser positiva, Cabo Verde desacelerou nos últimos cinco anos na categoria de Desenvolvimento Económico Sustentável.
Na categoria de Desenvolvimento Humano mostra sinais de alerta porque inverteu a tendência registada na última década para negativo nos últimos cinco anos.
Nas categorias de Segurança e Estado de Direito e de Participação e Direitos Humanos, é ainda mais grave, pois desde 2012 que se regista uma deterioração acelerada relativamente à tendência negativa ao longo da década.
Entre os indicadores com piores desempenhos estão o acesso à justiça, o acesso à informação, o desvio de fundos públicos, a investigação à corrupção, o tráfico humano, a igualdade de género e a participação política das mulheres, a gestão das contas públicas, a transparência nas empresas públicas, a burocracia ou a solidez dos bancos.
Os progressos mais acentuados foram observados nos indicadores de independência judicial, corrupção e burocracia, segurança das pessoas e serviços policiais, proteção contra a discriminação, administração pública, equilíbrio das contas públicas, mobilização de receitas fiscais, ambiente económico e infra-estruturas de transportes, electricidade, tecnologias de informação e água, literária ou taxa de mortalidade infantil.
Lançado pela primeira vez em 2007 pela Fundação Mo Ibrahim, o Índice Ibrahim de Governação Africano (IIAG) mede anualmente a qualidade da governação nos países africanos através da compilação de dados estatísticos.
O objectivo é informar os cidadãos, governos, instituições e o sector privado com base em dados concretos e quantificados que avaliam a provisão de bens e serviços públicos e os resultados das políticas para assim estimular o debate sobre o desempenho da governação.
A informação é recolhida junto de 36 fontes oficiais, das quais quase um terço são africanas, tendo este ano aumentado para 100 o número de indicadores.
Estes são usados para criar 14 subcategorias, que, por sua vez, formam quatro categorias: Segurança e Estado de Direito; Participação e Direitos Humanos; Desenvolvimento Económico Sustentável e Desenvolvimento Humano.
Inforpress e Lusa
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