Durante a avaliação das candidaturas, as empresas nacionais Polaris e a Cabo Verde Fast Ferry, além da holandesa Palm Shipping, ficaram de fora outra vez, mesmo depois de readmitidas em Abril (Polaris e Palm Shipping). Em causa estará o não cumprimento dos requisitos exigidos quanto à capacidade financeira.
A Polaris e a Palm Shipping Lines haviam recorrido da decisão junto da Autoridade Reguladora de Aquisições Públicas (ARAP) para pedir a anulação do concurso, alegando um possível tráfico de influência e denunciando um suposto jogo de cartas pré-vistas.
Isso aconteceu em Março, e três semanas depois o Governo, através da Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do estado (UASE), sob tutela do Ministério das Finanças, decide então readmitir os dois operadores… desde que cumpram com a entrega dos documentos alegadamente em falta. E não terão cumprido.
Com este cenário de exclusão da CV Fast Ferry, adivinha-se, desta forma, um eventual fim da transportadora marítima cabo-verdiana, onde o Estado tem 53% das acções, conforme anunciara o ministro da Economia, José Gonçalves, em entrevista à RTP, numa tirada que apanhou a todos desprevenidos e deixando antever nesse concurso um jogo de cartas marcadas. Na altura, os accionistas privados mostraram-se surpreendidos com a medida, e o Governo, em nota de imprensa, reagiu defendendo que as palavras de José Gonçalves “foram tiradas do contexto e que o mercado continuará aberto”.
Assim, passaram à fase seguinte e decisiva a CV Line (Grupo Sousa), a Transinsular (Grupo ETE) e o agrupamento WAS Line/ ANEC Lines/ Marlow Navigation. O secretário de Estado, citado pela Radio Morabeza, explicou que entre os requisitos exigidos, a empresa vencedora tem de ter capacidade para afectar uma frota de cinco navios RO-PAX (carga e passageiros, com rampa rol-on/rol-off) com menos de 15 anos e adequados ao tráfego e portos nacionais. O prazo para ter todos esses navios operacionais é de dois anos após o término do concurso.
“Os primeiros [navios] devem chegar ainda este ano ou até o primeiro trimestre de 2019. Nós gostaríamos de, no mínimo, começar com dois ou três navios e depois acrescer no período de dois anos”, diz o governante à Morabeza.
Com Económico Cabo Verde e Rádio Morabeza
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