Cidade da Praia vai receber complexo turístico de 39 milhões de euros e criar 200 empregos diretos
Economia

Cidade da Praia vai receber complexo turístico de 39 milhões de euros e criar 200 empregos diretos

A cidade da Praia vai receber um investimento de 39 milhões de euros para a construção de um complexo turístico, que vai ter um hotel de negócios de luxo de 200 quartos e gerar 200 empregos diretos.

As informações constam da minuta de convenção de estabelecimento entre o Estado de Cabo Verde e a sociedade “GSA Cabo Verde, Imobiliária e Turismo, Lda”, com sede na cidade da Praia e representada pelo empresário norte-americano Nelson Gee Gregor.

Os promotores pretendem implementar na cidade da Praia um projeto que consideram “estruturante”, com a construção de um complexo turístico, numa área de quase 15 mil metros quadrados, composto por um condomínio de luxo à beira-mar, escritórios, estacionamento subterrâneo com 500 lugares, um centro comercial, um centro de congressos e um hotel de negócios de luxo com 200 quartos, considerado a “joia da coroa financeira” do empreendimento.

“O que significa que será o primeiro complexo a ser desenvolvido em Cabo Verde com estas características”, lê-se na minuta do projeto, que terá um custo de 39 milhões de euros para ser implementado, sendo que 70% do valor será financiado pela parceria do investimento e 30% será conseguido através de financiamento bancário.

“O Governo considera o projeto de investimento de grande valia para Cabo Verde e, por isso, declara-o de interesse excecional no quadro da estratégia de desenvolvimento nacional, tendo em conta a sua dimensão e natureza e as implicações económicas e sociais que representa, designadamente o volume de investimento, a criação de empregos e de riqueza, assim como a criação de condições para um desenvolvimento sustentado do turismo nacional”, explicou o Executivo.

O complexo turístico vai ser denominado de 'Plateau Water Front Center' e é considerado “de elevada qualidade” pelos seus promotores, uma empresa de logística e construção que atua numa dúzia de países africanos.

“A grande ambição do presente projeto é contribuir para melhoria do ambiente de negócio no centro da cidade, no Plateau, oferecendo espaços multiusos, com componentes modernos, prestigiosos, um conceito diferente, que incorpora o mix entre o lazer e o negócio”, prosseguiu a mesma minuta de convenção.

O completo pretende criar 1.000 postos de trabalho, sendo 200 diretos e 800 indiretos, e também contribuir para elevar o nível de um dos espaços mais prestigiados da capital do país, naquela que será a primeira instalação do género em Cabo Verde.

Os promotores consideram que esta é uma “oportunidade única” de edificar um projeto do tipo na capital de Cabo Verde, onde existem falta de espaços comerciais modernos para negócios, falta de espaços apropriados para estacionamento, inexistência de hotéis de alta qualidade e falta de espaços reservados a conferências e congressos.

O empreendimento tem ainda objetivos sociais e os promotores comprometem-se a 100 casas sociais em parceria com a Câmara Municipal da Praia, para aliviar o défice habitacional da capital, apoiar as Aldeias Infantis SOS, organização que acolhe as crianças desfavorecidas e dar preferência aos produtores nacionais no fornecimento de produtos produzidos localmente.

A convenção de estabelecimento é válida por um período de 15 anos e para a construção e instalação, a investidora beneficia até ao fim do período de construção e ao longo do primeiro ano de funcionamento de cada uma das fases do projeto de um conjunto de incentivos fiscais, como a isenção de direitos aduaneiros, na importação de alguns bens.

Prevê-se que o complexo turístico seja executado num período máximo de quatro anos, sendo que o início dos trabalhos está previsto para um prazo máximo de um ano.

O turismo representa cerca de 25% do PIB de Cabo Verde, mas depois de um recorde de 819 mil turistas em 2019, as limitações às viagens internacionais devido à pandemia de covid-19 provocaram uma quebra na procura de 70%.

No primeiro trimestre deste ano o arquipélago recebeu cerca de 12 mil turistas, sobretudo de Portugal, quando em igual período de 2020 tinham chegado 189.110.

A procura turística por Cabo Verde deverá recuar este ano a níveis de 2005, devido às limitações impostas às viagens pela pandemia de covid-19, segundo a proposta de Orçamento Retificativo para 2021.

Segundo dados da Cabo Verde TradeInveste, no primeiro trimestre desde ano, o país aprovou 83 milhões de euros em seis projetos de investimento ligados ao turismo e transporte marítimo, que deverão gerar 554 postos de trabalho.

Em fevereiro, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, avançou que Cabo Verde fechou em 2020 um recorde de investimentos externos de 1.244 milhões de euros, num total de 27 projetos que estimam a criação de 12.435 postos de trabalho.

O valor de investimento externo captado por Cabo Verde em 2020 duplica ainda o recorde anterior, de 2017, quando foram captados 600.877.434 euros, com previsão de 6.689 postos de trabalho.

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