Diáspora

O Tribunal condenou também Francesco Bellegia e Mario Pincarelli, co-autores da agressão que levou à morte de Willy Monteiro, a cumprir pena de prisão de 23 e 21 anos, respectivamente.

A sentença foi lida esta segunda-feira por um juiz do Tribunal de Frosinone, na comuna de Lazio, que também estabeleceu uma indemnização de 200 mil euros para os pais de Willy e 150 mil euros para a sua irmã.

Os advogados dos Bianchi, contudo, dizem que vão apelar já que - dizem - “foi um julgamento mediatico que vai contra todos os princípios lógicos”.

O jovem Willy, nascido em Roma, é filho de emigrantes cabo-verdianos a residir há 30 anos na Itália. Há pouco tempo, ele tinha interrompido o sonho de se tornar futebolista e um dia representar a AS Roma, tendo enveredado por uma formação no ramo hoteleiro e trabalhava como ajudante de cozinha num hotel de Artena.

O clube, na altura dos acontecimentos treinado pelo português Paulo Fonseca  e hoje com outro português à frente, José Mourinho, prestou homenagem ao malogrado "tiffoso" numa partida de pré-temporada, oferecendo à irmã de Willy uma camisola autografada por todo o plantel.

A AS Roma decidiu dedicar a Willy Monteiro Duarte a presente temporada do projeto "A Escola de Tifo", numa iniciativa para reforçar a promoção do respeito mútuo e a tolerância, depois de nos últimos dois anos ter usado esta iniciativa para promover a luta contra o "bullying" e o "ciberbullying".

O crime aconteceu em numa noite de 11 de Setembro de 2020, junto a um estabelecimento noturno de Colleferro, nos arredores de Roma. De acordo com algumas testemunhas, Willy terá tentado apaziguar uma rixa e acabou sendo brutalmente agredido até à morte. Quatro homens, com idades entre os 23 e os 26 anos, foram detidos. Os dois principais suspeitos ora condenados, os irmãos Bianchi (na foto), já tinham antecedentes de violência.

O caso chocou de tal forma a Itália, que o então primeiro-ministro, Giuseppe Conte, fez questão de participar nas cerimónias fúnebres de Willy Monteiro Duarte