O responsável do Bloco Afro Abel Djassi, Gamal Mascarenhas, afirmou hoje que o grupo está em protesto neste Carnaval devido à “falta de seriedade cultural” do concurso carnavalesco na cidade da Praia, procurando preservar a sua dignidade.
“(..) Em homenagem aos 50 anos de independência e a Amílcar Cabral, que deu a vida pela sua dignidade, decidimos também tomar a nossa independência do concurso para salvaguardar a dignidade e a autoestima do grupo”, explicou o o activista cultural em declarações à Inforpress, sublinhando que a dinâmica do Carnaval da Praia tem-se tornado “tóxica” para o grupo.
Segundo Gamal Mascarenhas, o Carnaval da Praia tem desvalorizado o esforço do Bloco Afro Abel Djassi, que valoriza os ritmos nacionais, a etnografia cultural e o resgate folclórico, situação que, no seu entender, é “descabida e acaba por desmotivar os figurantes".
Outro motivo para o protesto, conforme reiterou, é a falta de organização e a demora na disponibilização de verbas, que, segundo disse, foram entregues apenas 21 dias antes do desfile.
“É falta de respeito, e nós não vamos aceitar. Vamos deixar a câmara com os seus dois mil contos, que é óptimo e já ajudou o grupo, mas a nossa dignidade não vale esse valor”, concluiu, reafirmando que o grupo passará a ser independente e buscará angariar fundos próprios para os próximos carnavais.
O Bloco Afro Abel Djassi foi criado por Gamal Mascarenhas em homenagem a Amílcar Cabral e tem desfilado todos os anos no Carnaval da Praia, retratando a África.
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