Bonga e Sona Jobarteh encabeçam a 14ª edição do Kriol Jazz Festival
Cultura

Bonga e Sona Jobarteh encabeçam a 14ª edição do Kriol Jazz Festival

O angolano Bonga e a gambiana Sona Jobarteh são cabeças de cartaz da 14.ª edição do Kriol Jazz Festival (KJF), na cidade de Praia, entre 10 e 12 de abril.

“Todos são excelentes artistas, mas pela expectativa, acho que Sona Jobarteh e Bonga são os destaques”, referiu à Lusa, Cláudia Mestre, assistente de comunicação da produtora Harmonia, organizadora do evento que anualmente coloca o arquipélago no mapa da música internacional.

O cartaz figura na agenda de melómanos e apreciadores de jazz e de ritmos crioulos já habituados a reservar lugar para concertos ao ar livre, longe do tempo (ainda) invernal do hemisfério norte.

À beira de completar 83 anos (em setembro), Bonga - José Adelino Barceló de Carvalho - continua a subir aos palcos com ritmos e letras que tanto animam como exprimem as aspirações populares.

“Fácil, nunca é, dada a idade e o grande nome que é”, referiu Cláudia Mestre sobe a tarefa que foi incluir Bonga no cartaz (a fechar, no dia 12), o que classifica como “muito gratificante: é um artista mítico, desde cedo começou a cantar e nas suas composições havia a necessidade de evocar a independência de Angola”.

“Este ano o KJF está inserido nas comemorações dos 50 anos da independência, então associámos Angola e Cabo Verde” que celebram a data a 11 de novembro e 05 de julho, respetivamente.

Sona Jobarteh é uma mulher num lugar incomum: toca a “cora”, uma harpa de 21 cordas da África Ocidental, tradicionalmente guardada por homens, os “griots”, músicos que recebem a função por via hereditária.

Além de “mudar as regras”, Sona Jobarteh (sobe ao palco a 11 de abril) é também “uma excelente cantora”, destaca-se na sinopse do programa do KJF.

Logo na noite de abertura (10 de abril) há uma atração especial: apresenta-se o coletivo Kriol Kréyòl, na sequência de uma residência artística que juntou músicos de diferentes origens.

“É uma mistura de dois universos de crioulidade, das caraíbas e de Cabo Verde”, um “mais francófono” e outro “mais lusófono”, com “sonoridades semelhantes apesar das diferenças culturais e históricas”, descreveu Marcos Costa, diretor-geral da produtora Harmonia.

“Não é a primeira vez que tentamos fazer essa cachupa rica”, gracejou, numa alusão ao prato típico do arquipélago que é uma fusão de ingredientes, tradições e sabores.

Completam o programa Cabo Cuba Jazz (10 de abril), Mário Lúcio, Mário Canonge, Sixun (11 de abril), Nancy Vieira, Michelle David and The True Tones e Las Karambas (12 de abril).

“O KJF traz sempre artistas de diferentes continentes e jazz misturado com crioulidade”, o que, reconhece Cláudia Mestre, requer uma difícil tarefa de contactos e agendamento, “mas isso Djô da Silva sabe fazer como ninguém”, referiu, em relação ao produtor do KJF – é quase como uma vocação, “desde sempre, desde a época de Cesária, ele sabe como fazer isso”.

O resultado sobe ao palco dentro de poucos dias, com impacto anual na vida da capital, sobretudo nos serviços de hotéis, restauração e serviços associados.

O cartaz deste ano sofreu cortes devido à falta de transferência do apoio da Câmara da Praia, um assunto que ainda está em aberto, referiu Marcos Costa – sendo que a autarquia disse também estar a trabalhar no assunto.

Seja como for, o projeto tem aspirações bem definidas e incluem a internacionalização, como já aconteceu este ano, com uma extensão em Águeda.

O KJF é antecedido sempre pela Atlantic Music Expo (AME), encontro de profissionais que inclui espetáculos com novas estrelas, que este ano anima a Praia entre 07 e 10 de abril.

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Comentários

  • Tony, 31 de Mar de 2025

    O que iremos cuvir?

    Responder


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