Irresponsabilidade e abuso do poder político nacional
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Irresponsabilidade e abuso do poder político nacional

O Presidente da República além de ser o garante da unidade da Nação e do Estado e a integridade do território, está também suposto a desempenhar o papel de VIGIA E GARANTE do cumprimento da Constituição.

O que se tem verificado é que quando se trata de festas, rega-bofes, o Presidente esquece das suas responsabilidades constitucionais de vigia dos desmandos dos titulares de cargos políticos nacionais.

Conforme o artigo 123 da constituição, os titulares de cargos políticos respondem política, civil e criminalmente pelos actos e omissões que praticarem no exercício das suas funções e por causa delas, nos termos da lei.

“Os crimes cometidos pelos titulares de cargos políticos no exercício das suas funções e por causa delas, denominam-se crimes de responsabilidade, cabendo à lei estabelecer as sanções aplicáveis e os efeitos destas, que poderão incluir a perda do cargo ou do mandato e a impossibilidade temporária de exercer cargos políticos.”

Resumindo e concluindo, Cabo Verde está sendo governado por um grupo de irresponsáveis, incluindo o Presidente da República.

De acordo com as directrizes oficiais do promotor do Evento, Embaixada de Cabo Verde em Portugal, a “2ª edição da GALA CABO VERDE SUCESSO,” era suposta a ser apenas “uma noite de homenagem às personalidades da diáspora cabo-verdiana residentes na Europa que mais se distinguiram nas áreas do DESPORTO, CIÊNCIA e TECNOLOGIA, EMPREENDEDORISMO, CIDADANIA e EDUCAÇÃO e CULTURA.”

Ora, a pergunta que se põe é: para se exercitar essas distinções seriam necessários a presença de tantos governantes do país, incluindo a presença conjunta do Primeiro Ministro e o Presidente da República?

Cabo Verde é um país que vive das ajudas externas e remessas dos emigrantes, esses que só viram os seus nomes mencionados no cartaz, para assistirem o evento pagando o montante de 80€, enquanto os dezenas de Titulares de Cargos Políticos que viajaram de Cabo Verde, esbanjando as escassas ajudas destinadas para proteger os cabo-verdianos da miséria, desfrutaram, gratuitamente, do bom e do melhor, sem que ninguém de direito tomasse as devidas medidas.

O Tribunal de Contas precisa ser independente e passar a ser mais rigoroso com os desmandos financeiros desses titulares de cargos políticos que pelos vistos esquecem-se da responsabilidade que lhes é atribuída através do voto popular.

O que se assistiu na semana passada foi uma falta de respeito para com o Estado de Cabo Verde e o seu Povo Sofredor.

Esse descontrolado e abusivo esbanjamento dos recursos dos cofres do Estado de Cabo Verde tem que ser contidos com a intervenção imediata da justiça nacional.

O Tribunal de Contas precisa agir no sentido de requerer as referidas justificações das despesas institucionais dessa e outras deslocações de grupos de titulares de cargos políticos, apenas para festejos e brindes no exterior e nas ilhas.

O Presidente da República, não pode exercer a sua função “ao Deus dará” apenas porque está a completar o seu último mandato.

Isso já é demais e algum dia o país sofrerá uma revolução nunca vista, devido a esses abusos de poder político.

Esta minha ameaça é séria e responsabilizo-me por ela.

Caso as coisas continuarem assim, alguém terá que investir numa revolução nacional.

Sai um grupo, entra outro com rostos diferentes mas similares atitudes.

Uma total falta de respeito e de responsabilidade institucional.

Nos Estados Unidos, Inglaterra, França e outros países democráticos quando os titulares de cargos políticos usam ilegalmente o dinheiro do povo, ou são forçados a pedir demissão e ou são corridos dos cargos públicos que exercem, com direito a algumas viagens aos escritórios da Procuradoria Geral e possivelmente o tribunal da comarca onde o crime foi cometido.

Para se pôr cobro a esses abusos dos titulares de cargos políticos só existe uma saída.

Uma revolução nacional.

Ela tem que acontecer para que esses corruptos conheçam o sabor do desrespeito para com o Povo Sofredor.

Mesmo que ela me custe o não regresso ao país que me viu nascer e que tanto amo.

Quem avisa amigo é.

A Voz do Povo Sofredor

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