Passaram já quase 5 anos que Ulisses Correia e Silva foi empossado no cargo de Primeiro Ministro de Cabo Verde, no quadro das eleições legislativas realizadas em março de 2016. O momento é de balanço, de prestação de contas. Que resultados os “Rabentolas” apresentam aqui em Santiago Norte?
O Ulisses Correia e Silva ganhou as eleições legislativas, em 2016, com um conjunto de propostas para Cabo Verde, e para Santiago Norte em particular. Intitulou-se como o “Homem Solução”, prometendo, ou melhor comprometendo com os cabo-verdianos um conjunto de soluções para os desafios do país e para a felicidade de todos. Infelizmente, as soluções foram compromissadas “sem djobi pa lado”.
Santiago Norte é uma das maiores regiões do país, composta por 6 municípios, com uma população estimada em 121 mil pessoas, e portadora de grandes potencialidades nos domínios da agricultura, pecuária, pesca e turismo, setores esses considerados estratégicos para o processo de desenvolvimento da Região.
Nas eleições de 2016, Ulisses Correia e Silva ganhou-as com um conjunto de compromissos para desenvolver a Região, elencadas em 12 propostas nomeadamente:
1. Criar o Parque Tecnológico de Agropecuária;
2. Oferecer apoio e infraestruturas para o comércio informal;
3. Aumentar a exportação para o mercado nacional e turístico;
4. Construir um centro de saúde de primeiro nível e altamente equipado e provido de recursos humanos qualificados;
5. Promover um amplo programa de reforma urbanística, abrangendo todas as cidades do interior;
6. Construir portos de recreio e de pesca;
7. Abrir estradas de acesso em toda a região;
8. Qualificar Assomada, transformando-a em capital regional;
9. Implantar redes sanitárias e obras hidráulicas;
10. Investir na prevenção com o Programa Médico da Família;
11. Promover o diagnóstico precoce dos cancros da mama, próstata, colo de útero e do tubo digestivo;
12. Reduzir o tempo de espera no atendimento à saúde.
Entretanto, no final do mandato, com sete orçamento aprovados e a três meses das eleições, quais são os programas ou projetos do Ulisses Correia e Silva para a Região Santiago Norte? Tirando as obras municipais no quadro do PRRA – sem qualidade pois é só lembrar a realidade que as últimas chuvas colocaram a nu –, não se conhece rigorosamente nenhuma política, nenhum projeto ou programa estruturante de desenvolvimento.
A situação social da população e a condição das famílias da Região é cada vez mais difícil. Não há emprego, não há esperança. E, agravou-se com a pandemia do COVID19 que colocou a nu a falta de visão da governação do Ulisses Correia e Silva e a ausência de políticas sociais e económicas estruturantes para o desenvolvimento da Região.
A quota para Santiago Norte do compromisso para a criação dos 45 mil empregos dignos não viu a luz do dia. O que os jovens e as famílias da Região receberam foi a dependência com a promoção do “txapu na mon” contribuindo para o aumento da pobreza.
Aliás, os dados oficiais mostram que os indicadores sociais e económicos degradaram na Região, de 2016 a 2020, com a governação do MpD. E, do que se assiste é que a população economicamente ativa diminuiu em cinco dos seis municípios, a taxa de emprego diminuiu em todos os municípios, o desemprego aumentou em três dos seis municípios, a população inativa aumentou em cinco dos seis municípios.
O balanço da governação do Ulisses Correia e Silva e do MpD é, definitivamente e completamente, negativo. Santiago Norte é a casa de ¼ da população de Cabo Verde e assiste ao retrocesso dos indicadores sociais e económicos, para o desespero dos jovens e das famílias. Por isso, a questão chave que se coloca é: onde está a felicidade prometida para a população de Santiago Norte?
Continua...
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