Criol ê bitch?
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Criol ê bitch?

A Morabeza existe sim! Está presente no ADN do povo caboverdiano. Não nos deixemos influenciar negativamente pelo comportamento desviante de alguns. Somos um povo com séculos de história de superação e de interajuda. Uma Nação edificada em princípios nobres, de gente trabalhadora, inteligente, honesta e com uma população emigrada estimada e respeitada em todo o mundo, que nunca se esquece da terra mãe.

O arquipélago de Cabo Verde é conhecido pela terra da Morabeza. A palavra “Morabeza”, é um termo exclusivo da Língua caboverdiana e significa, hospitalidade, cordialidade, simpatia, amabilidade, gentileza…

No entanto, nota-se por vezes uma certa rivalidade entre os caboverdianos, e a tendência de valorizar sempre o que vem de fora em detrimento do que é nosso. Será que essa Morabeza não funciona entre iguais? Será mais fácil criticar e apontar erros publicamente, do que elogiar e promover o que de melhor é feito pelas nossas gentes?

Em resultado desta falta de apoio mútuo e de valorização, existe a política do “Tchá prá lá”. Como se esta negatividade fosse algo inato e justificamos sempre com: “Nôs pov ê assim!”, só nos resta aceitar e “tchá prá lá”.

É fácil identificar e classificarmos as atitudes de alguns. Por exemplo:

1- O Criol sarcástico:

Aquele que assume tudo com um falso sentido de humor, mas que na realidade está a camuflar a sua inveja por meio do sarcasmo, a sua arma favorita para fazer os outros sentirem-se mal. Não ataca directamente, mas está sempre atento para destacar as fraquezas ou os erros dos outros, com um risinho cínico... é uma maneira de inferiorizar. No entanto, se perguntarmos o que ele quis dizer, mostra-se ofendido e chateado.

2- O Criol “directo”:

Este ataca directamente para fazer-nos sentir mal. Normalmente são pessoas inseguras, com personalidade agressiva, que se preocupam em detalhar as nossas falhas para impedir que possamos aproveitar os nossos triunfos. Permanecem atentos, de modo que num qualquer pequeno sinal de sucesso, vão lembrar-nos sempre de uma falha ou erro prévio. É do tipo muito cuidadoso, porque não hesita em colocar obstáculos no nosso caminho, para evitar que alcancemos mais sucesso. Não se faz de rogado em demonstrar que é mais merecedor que nós.

3- O Criol pessimista:

O seu objetivo é minar a nossa moral e arruinar a nossa motivação. Qualquer notícia positiva que dermos a conhecer, vai sempre refutar, recorrendo a argumentos negativos com o único objetivo de desanimar-nos. Quem nunca ouviu: “Bô tá cansá cabeça pa quê? Largá d’amon…”.

4-O Criol competitivo:

Este não dirá nada abertamente, mas a sua atitude e ações dizem tudo. Está ciente de cada detalhe da nossa vida para imitar-nos. Tudo o que comprar…ele vai comprar igual ou de melhor qualidade.

5- O Criol que está sempre “ta guitá”:

É do tipo “voyeur silencioso”, que está atento à nossa vida, mas de um modo invejoso. Quando finalmente detecta em nós um erro ou uma falha, aproveita esse momento de queda para colocar o dedo na ferida. Normalmente vêm disfarçados de “amigos”. Chegam a ser cruéis, mas estão disfarçados de boas pessoas. Escondem uma profunda satisfação em fingir consolo quando na verdade esperam o nosso momento de fragilidade, para humilhar-nos e se sentirem superiores.

 Mas não se deixem enganar. Na verdade, “nôs pov n´nê nada assim”. A nossa história prova exactamente o contrário.

A Morabeza existe sim! Está presente no ADN do povo caboverdiano. Não nos deixemos influenciar negativamente pelo comportamento desviante de alguns.

Somos um povo com séculos de história de superação e de interajuda. Uma Nação edificada em princípios nobres, de gente trabalhadora, inteligente, honesta e com uma população emigrada estimada e respeitada em todo o mundo, que nunca se esquece da terra mãe.

Vamos valorizar o que é nosso. Partilhar e promover os feitos da nossa gente. E nunca esquecer que:

“Criol c’ma nôs ca tem na mund

Criol c´ma nôs, ê sô nôs sô.”

10 Ilhas, uma Diáspora, UMA SÓ NAÇÃO

FORTE APLAUSO

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