“Precisamos de desestatizar a sociedade civil", diz PR
Política

“Precisamos de desestatizar a sociedade civil", diz PR

O Presidente da República, José Maria Neves, disse à Inforpress que, enquanto árbitro e moderador do sistema político, tem de insistir que a unidade só se consegue a partir das “nossas diferenças e debates com elevação”. A forma como as orlas costeiras têm sido ocupadas preocupa o Presidente José Maria Neves.

“Temos de continuar a insistir, a ser persistentes nesse apelo”, afirmou José Maria Neves, para quem não é pelo facto de, até hoje se ter feito de uma forma, que se deve continuar a fazer da mesma maneira.

O Presidente tem insistido em apelar ao consenso entre os sujeitos políticos para entendimentos à volta de questões importantes para o País, mas sem resultados palpáveis.

“Temos de continuar a insistir e ser persistente nesse apelo”, afirmou o chefe de Estado, acrescentando que é na linha de que a “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” que vai continuar a apelar aos políticos cabo-verdianos, para que o país saia a ganhar.

O Presidente da República fez estas considerações numa entrevista concedida à Inforpress, no quadro dos 50 anos da independência nacional, que se assinala no próximo dia 5 de Julho.

Na sua perspectiva, para, efectivamente, “cumprir Cabo Verde”, é importante repensar a forma como se debatem as políticas públicas, para que o país saia a ganhar.

“Debates não de pessoas, mas de ideias. Não de casos, mas de propostas para enfrentarmos os grandes desafios de Cabo Verde”, assegurou Neves.

A forma como as orlas costeiras têm sido ocupadas preocupa o Presidente José Maria Neves.

“A orla costeira, a forma como está sendo ocupada, é claro que é uma responsabilidade do Estado, mas as pessoas continuam impávidas e serenas, não têm espaços de indignação, não podem provocar debates sobre essas questões”, lamentou.  

Esses assuntos, continua o Presidente, “são tão importantes como a pobreza, as desigualdades, as ineficiências nos serviços da saúde, as ineficiências que nós temos ainda na educação, no planeamento em geral”, apelando a uma sociedade civil “mais autónoma e mais forte”.

“Precisamos de desestatizar a sociedade civil, e precisamos de mais debates, de mais espaços de justificação das políticas públicas, de mais espaços de contra-argumentação”, sublinhou o chefe de Estado, para quem esses elementos “são essenciais” para os tempos de hoje, “para podermos até responsabilizar os nossos representantes, no sentido das nossas questões serem efectivamente debatidas”.

Salientou que, na qualidade de Presidente da República, tem chamado a atenção para os desafios que ainda Cabo Verde enfrenta, nomeadamente baixos salários, baixos rendimentos, e “problemas ainda graves no domínio da habitação”.

“Temos desigualdades e é enquanto sociedade que nós devemos mobilizar-nos para enfrentar esses desafios que se colocam aos cabo-verdianos”, concluiu.

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Comentários

  • Terra, 29 de Mai de 2025

    50 anos de independencia so sabem fazer boca bedjo e vender patrimônio dos escravos so na Cabo Verde?

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  • Terra, 23 de Mai de 2025

    Mesmo verdade Nascimento o nosso presidente nao serve para nada so sabe fazer filme?

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  • Nascimento, 23 de Mai de 2025

    Precisamos de políticos honestos, bons jornalistas, melhor justiça, melhor saúde e estado social sério. Não essa malta que vende tudo sem dar cavaco ao povo e ajoelham perante os ocidentais que só querem a desgraça dos Africanos. Acordem minha gente. 50 anos de independência e não temos capacidade de aproveitar o melhor que nos temos pq temos de dançar a música dos outros.

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