Política

O líder do grupo parlamentar do PAICV, João Batista Pereira, afirmou que o processo de privatização deve ser conduzido com transparência e, preferencialmente, através de concursos públicos, uma vez que, segundo disse, os cabo-verdianos têm má memória das privatizações feitas pelo MpD.

Já os deputados da UCID mostraram-se a favor das privatizações, no entanto, António Monteiro pede transparência ao processo.

"A palavra de ordem deve ser a transparência total. E o governo, neste quesito, no nosso ponto de vista, não tem mostrado esta transparência total que nós os deputados da UCID gostaríamos de ter. Nós os deputados da UCID não entendemos as razões que levam o governo a não apresentar todos os dados para que a classe política e a população possam entender os meandros que estão a ser debatidos, os ganhos que poderão vir para o país e as perdas que o país poderá vir a ter por causa desta ou daquela privatização. E aqui é que o governo falha”, disse.

Já o MpD, na voz do deputado Armindo da Luz, considerou que o PAICV é contra os privados, defendendo que a privatização tem ajudado a modernizar o país.

"É precisamente as condições que o governo está a criar é precisamente para que haja empresários agrícolas, do sector do turismo, do sector dos transportes. Porque é o público e privado de mãos dadas que conseguimos elevar este país para outros patamares de desenvolvimento. Não há com base em governos assistencialistas, de assumirem tudo que nós chegaremos lá”, afirmou.

Na mesma sessão, o ministro das Finanças, Olavo Correia, defendeu que face à conjuntura actual difícil por causa da COVID-19 e da actual guerra na Ucrânia, a agenda da privatização deve contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde.

"Se o plano de abertura ao mundo, de parcerias também, através das privatizações, concessões e licenciamento de empresas de sectores públicos poderemos garantir um caminho sustentável de desenvolvimento de Cabo Verde”, disse.

O governante afirmou ainda que é preciso olhar para as privatizações, concessões de licenciamento de empresas e infraestruturas públicas, enquanto acelerador do desenvolvimento e criador de oportunidades.

“Por isso, quando o líder do PAICV falou das privatizações e da lista não leu tudo. Mas, naquela resolução estão privatizações, concessões e reestruturações de empresas. Quiz, de forma clara, tentar aqui desviar do próprio debate. É fundamental que olhemos para as privatizações como um acelerador, assim como as conceções, mas também os licenciamentos”, acrescentou.