O deputado do PAICV eleito pelo círculo do Sal denunciou esta quarta-feira, 19, que a ilha está a vivenciar um “vergonhoso e inaceitável retrocesso” em matéria de fornecimento de água, situação que, disse, faz tombar o Sal para níveis “terceiro-mundistas”.
Démis Lobo Almeida fez essa acusação numa conferência de imprensa, convocada para falar sobre a situação de penúria de água que se vive na ilha do Sal, nas últimas semanas.
Para o deputado, quase 50 anos depois da independência de Cabo Verde, a ilha do Sal, que tem uma população de cerca de 40 mil habitantes, e “ostenta” os títulos de capital nacional do turismo e da Aeronáutica Civil, está a tombar para níveis “terceiro-mundistas”, onde não era suposto a ilha se encontrar em pleno ano de 2025.
“Esta falta de água tem afectado muito negativamente a nossa população, mas também tem prejudicado o normal funcionamento das empresas e estabelecimentos comerciais instalados na ilha, levando operadores turísticos a aconselhar os seus clientes estrangeiros a remarcar as suas férias ou mesmo a cancelar a sua vinda ao Sal”, denunciou.
Este facto, conforme Démis Almeida, está a contribuir para o “desprestígio deste que é o maior destino turístico do país”.
“O Governo e a empresa pública de produção e distribuição de água são os grandes responsáveis por esta inaceitável situação, isto porque, ao contrário do que nos quer fazer acreditar a Eletra e o Governo, o grande problema no Sal em matéria de disponibilização de água não está na produção, mas sim na distribuição de água”, explicou.
“Este problema decorre de irrazoáveis perdas que desembocam no desperdício de mais de 40% de água efectivamente produzida (…) há muito tempo que a administração da Electra notou esta situação, fazendo-a, aliás, constar do Relatório Anual da Empresa, mas até hoje, numa atitude de gestão danosa, não tomou as medidas cabíveis”, continuou.
Para a mesma fonte, outro problema que contribui para esta situação decorre do não investimento, por parte da Electra, na formação contínua e na elevação da qualificação técnica dos seus recursos humanos, para permitir que estes técnicos possam equacionar e resolver quaisquer problemas que afevtam as máquinas de dessalinização de água.
Conforme a mesma fonte, quase metade da água que é produzida no Sal é desperdiçada, reforçando que vários técnicos entendem que se não houvesse essas perdas “irrazoáveis”, a produção de apenas 5.000 m³ de água por dia, numa situação de não época alta do turismo, daria para abastecer, sem nenhum problema, a população da ilha do Sal.
“Esperamos que a empresa pública de produção e distribuição de água tome as medidas que se impõem para que jamais se repita a situação de penúria de água que vimos vivendo há vários dias na ilha do Sal”, concluiu.
Comentários
Irritado, 20 de Fev de 2025
Alguem poreia me dizer em quê que o actual governa acerta para com o Sal????
1- infra- estrutura(ex: estradas e pontao) falharam!
2- Fundo do turismo: arrecada milhoes e retribui ao sal tostoes!
3- distribuicao de agua grave retrocesso!
4- ambiente: incapaz de juntamente com a CMS resolver de forma sustentável o grave problema ambiental, diga- se lixo.
5- Instituto de turismo e aviacao civil ate hoje só no papel!
6- Educacao: atoa...
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