Política

Adelaide Brito, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), fez este apelo durante o período de questões gerais no terceiro dia da primeira sessão plenária do mês de Julho.

"Nas lojas faltaram produtos de primeira necessidade, restaurantes com portas fechadas, operadores turísticos sufocados por não terem clientes e migrantes a anteciparem as suas viagens de saída do Maio, passageiros, incluindo crianças, a atravessar o canal em botes de pesca, e até mesmo o Maio passou a ser visto pelos turistas como uma ilha a não ser visitada", declarou. 

De acordo com a deputada do maior partido da oposição, o problema de entrada e saída da ilha do Maio é tão grande, ao ponto de dar oportunidades a uma prática de transporte ilegal e insegura.

Acrescentou que o problema dos transportes de e para o Maio afecta os residentes da ilha e no país e até os que vivem em outras partes do mundo.

"Assim, pergunta-se, quem será responsabilizado pelos prejuízos que os operadores turísticos tiveram nesse período quando viram as reservas feitas serem anuladas por cancelamento de viagens? Quem será responsabilizado pelas passagens internacionais que os imigrantes perderam e que tiveram que fazer novas compras? E o senhor proprietário do bote que quis colaborar com o transporte para minimizar a falha nesse sector?", questionou. 

Adelaide Brito referiu ainda que a situação dos transportes marítimos deixou a ilha com feridas profundas que afectam igualmente os visitantes, daí a necessidade de sua resolução definitiva.

Criticou, por outro lado, o Governo de ter ignorado o estudo feito ainda durante a governação do PAICV, que indicava que o porto na cidade de Porto Inglês não tinha todas as condições para receber investimentos para rampa roll on roll off.

Por seu turno, o deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder), Abraão Vicente, que foi ministro do Mar, disse que o Governo está a trabalhar na resolução do problema de assoreamento do porto do Maio.

Disse ainda tratar-se de um porto de qualidade, que serve a ilha do Maio, almejando que a Enapor possa conseguir concretizar aquilo que é o plano maior que é ter um barco de dragagem permanentemente na região Maio, Fogo e Santiago, visando aumentar a qualidade do referido porto. 

"Senhores deputados não sejam profetas da desgraça, não promovam a desgraça de Cabo Verde, não lancem o mau olhado sobre Cabo Verde. Espero que os cabo-verdianos estejam a ver para no tempo certo saber julgar", concluiu.