A empresa de produção e distribuição de água e eletricidade, Electra, vai endividar-se em 360 milhões de escudos, com aval do Estado, para fazer face aos problemas de tesouraria, segundo o Governo, que a pretende privatizar.
O Governo repudiou quarta-feira o posicionamento do PAICV sobre o processo de privatização da Emprofac e considerou a “insinuação grave, irresponsável e desprovido de bom senso” uma vez que o dossiê técnico de suporte ainda não foi concluído.
O membro da Comissão Política Nacional do PAICV, Fidel de Pina, acusou hoje o Governo de ter uma estratégia para desvalorizar a empresa Emprofac para privatizá-la “ao desbarato, de forma pouco transparente e entre amigos”.
A empresa pública Emprofac, responsável pela importação e distribuição de medicamentos, registou prejuízos de 51 mil contos (463 mil euros) em 2021, pela primeira vez em vários anos, segundo o relatório e contas, a que a Lusa teve hoje acesso.
O grupo parlamentar do PAICV debateu hoje com a sociedade a problemática dos limites das privatizações, sobretudo de infraestruturas estruturantes para o desenvolvimento de um estado pequeno e insular como Cabo Verde sem qualquer fronteira com outro país.
Os hospitais e instituições públicas devem 1.166 milhões de escudos (10,5 milhões de euros) à empresa pública Emprofac, responsável pela importação e distribuição de medicamentos para o arquipélago, dívida a amortizar em prestações anuais conforme acordo com o Governo.
O Governo está a trabalhar a “todo vapor” na agenda das privatizações ao nível de vários processos, e todos os sectores envolvidos estão engajados para sua aceleração, disse hoje, na Cidade da Praia, vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.