Faustino Imbali, primeiro-ministro nomeado pelo Presidente cessante da Guiné-Bissau, mas rejeitado pela maioria da comunidade internacional, demitiu-se do cargo esta sexta-feira. Enquanto isso, a CEDEAO decidiu hoje reforçar a força militar na Guiné-Bissau e advertiu o Presidente de que qualquer tentativa de usar as forças armadas para impor um acto ilegal será “considerada um golpe de Estado”.
As declarações de Jorge Santos, Presidente da Assembleia Nacional e segunda figura na hierarquia do Estado, após uma audiência com o Senhor Presidente da República - não se sabe se o assunto foi ou não discutido com Jorge Carlos Fonseca, Presidente em exercício da CPLP -, a propósito da mais recente crise na Guiné Bissau, deixaram o país estupefacto, porque vieram lançar confusão, para dizer o mínimo, sobre o posicionamento de Cabo Verde.
Senhor José Ulisses de Pina Correia, Primeiro-ministro de Cabo Verde
O presidente da Assembleia Nacional disse esta terça-feira, 5, que Cabo Verde é um país seguro e que o Governo está a tomar medidas para controlar essa onda de assassinatos que, a seu ver, “não põe em causa a segurança” no arquipélago. Santos apresenta assim uma interpretação diferente da do PR, que admite "indícios de alguma insegurança" no país.
O Governo cabo-verdiano “alinha perfeitamente com a comunidade internacional”, designadamente a CPLP, a CEDEAO e o Conselho de Segurança das Nações Unidas e reconhece o executivo de Aristides Gomes como o legítimo da Guiné-Bissau. A posição de Cabo Verde foi manifestada esta manhã à imprensa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), que é também tutela da Defesa, Luís Filipe Tavares, após o desfile militar, realizado na Avenida Amílcar Cabral, no Platô, para comemorar o Dia da Defesa Nacional, que se celebra hoje, 6 de Novembro.
A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) acaba de dar um prazo de 48 horas aos membros do Governo guineense do primeiro-ministro Faustino Imbali para se demitirem, caso contrário sofrerão “sanções pesadas”.
“Hão de concordar comigo que o desafio é hercúleo e que as próximas eleições autárquicas, por serem as primeiras do próximo ciclo eleitoral, devem ser rigorosamente preparadas, porque o desempenho do PAICV nessas eleições, ditará em boa medida o seu desempenho nas eleições subsequentes. Hão de concordar comigo ainda , que o partido pode já estar bastante atrasado na sua preparação e, eventualmente, com prioridades trocadas”. Em 2020, daqui a menos de um ano, realizar-se-ao as eleições autárquicas, as primeiras do próximo ciclo eleitoral. Estas...