Passageiros de Cabo Verde retidos no aeroporto de Lisboa
Economia

Passageiros de Cabo Verde retidos no aeroporto de Lisboa

Passageiros que viajaram de Cabo Verde para Lisboa este sábado ficaram retidos no aeroporto à espera do resultado de testes à covid-19 realizados à chegada, sem terem sido previamente avisados de que tal iria acontecer.

De acordo com informação disponível no 'site' oficial da TAP, consultado pela Lusa perto da 01:00 de hoje, "passageiros de nacionalidade portuguesa e passageiros com residência legal em Portugal, em voos com origem nos países africanos de língua oficial portuguesa [...]": "podem embarcar sem comprovativo do teste [teste laboratorial (RT-PCR) para rastreio da infeção por SARS-CoV-2, que causa a doença da covid-19]"; serão testados à chegada ao aeroporto português, a expensas próprias, e devem esperar pelos resultados na sua residência (para referência, o teste tem um custo de 100Euro).".

Ao contrário dos inúmeros voos que tem feito entre Cabo Verde e Portugal nos últimos tempos, este sábado um cidadão, que preferiu não ser identificado, teve que ficar no aeroporto de Lisboa depois de fazer o teste.

"Antes podíamos ir fazer o teste e ir para casa ou fazer em 48 horas. Na sexta-feira houve uma alteração da lei e antes de embarcar consultei o `site` da TAP, que diz que podemos esperar pelo resultado no domicílio", contou.

Este cidadão chegou a Lisboa pelas 18:00 vindo da Praia. Depois de fazer o teste, foi-lhe dito que o resultado demoraria entre seis a oito horas a chegar.

No entanto, pela 01:00 de hoje, passageiros do voo da TAP que chegou a Lisboa pelas 13:00, vindo de São Vicente, também ainda não tinham recebido os resultados.

Um passageiro desse voo, que também preferiu não ser identificado, contou à Lusa que, antes de partir recebeu uma "sms da TAP a dizer que poderia fazer o teste à chegada". "Fiz o teste às 14:30 [de sábado] e à 01:00 de hoje ainda estou à espera do resultado", contou.

De acordo com os dois passageiros que falaram com a Lusa, à espera dos resultados dos testes estavam por essa hora cerca de 50 pessoas, incluindo crianças, numa "sala improvisada do aeroporto, onde foram colocadas camas de campanha e algumas cadeiras". Às pessoas que ali estão "foram distribuídas garrafas de água e bolachas".

No local, estavam agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da PSP, mas "não apareceu ninguém da TAP nem da ANA a dar explicações".

Na "sala improvisada", além de passageiros provenientes de Cabo Verde, contaram, estão também no local pessoas que chegaram de outros países, como o Reino Unido e França, e nem todos em voos da TAP.

A Lusa tentou contactar o SEF no aeroporto Humberto Delgado, mas sem sucesso.

Portugal prorrogou até final do mês de janeiro as medidas restritivas relativas ao tráfego aéreo de fora da União Europeia e do Espaço Schengen, que continua limitado a "viagens essenciais" e sujeito a teste prévio negativo à covid-19.

Segundo o despacho publicado em Diário da República na sexta-feira, as medidas que vigoravam inicialmente até final de dezembro passado estendem-se até final do mês de janeiro e o documento pode ser revisto "em qualquer altura, em função da evolução da situação epidemiológica".

De acordo com o documento, os cidadãos que, excecionalmente, desembarquem sem o comprovativo do teste negativo devem realizar obrigatoriamente o teste à chegada a território nacional, a expensas próprias, em local próprio no interior do aeroporto, onde aguardarão até à notificação do resultado negativo.

"Aos cidadãos estrangeiros que embarquem sem o teste (...), ou cujo trânsito obrigue a abandonar as instalações aeroportuárias, deve ser recusada a entrada em território nacional, sendo a companhia objeto do processo de contraordenação", acrescenta.

Com Lusa

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